Bacon, Francis (1909-1992), irlandês:
"Ao entrar em um açougue, sempre me surpreendo ao ver que eu não estou lá no lugar do animal."
obras: Três Estudos para uma Crucificação (1944); Papa Inocêncio X (1953).
Sahlins tem um texto ótimo falando sobre como o alimento é um símbolo cultural. Como selecionamos culturalmente os animais que são comestíveis e os que não são, numa escala de valores que atribuímos de maior ou menor humanidade a eles, e de acordo com as partes do corpo, internas ou externas. Por exemplo na América o cachorro é sagrado com suas madames dormindo com eles, levando pro cabelereiro, e as cidades protegendo seus cocôs com leis... e em injusta compensação o nosso querido boi, em se tratando de carne nobre frequenta suculentamente nossas mesas com o nome de picanha (e na França dá-se o privilégio ao carneiro como prato principal), sendo até comida de rico. Não é esse o caso dos miúdos de frango (os órgãos internos) - que são relegados aos pobres, tendo preços mais acessíveis. E tem coisa que nem humana é, como as tripas que a gente joga fora. Em outras culturas as vísceras são iguarias requintadas, e quanto mais cruas melhor. E assim vai, por cada cultura à parte, elegendo seus animais de estimação.
O VEGETARIANISMO NA ANTIGÜIDADE GRECO-ROMANA me ajuda a pensar na relação da fábula com as lições morais humanas encarnadas alegoricamente nos animais.
http://ubista.ubi.pt/~comum/nogueira-luis-francis-bacon.htm
entrelinhas
Tenho um medo de ficar assim ... se eu tiver que ir pros EUA fazer faxina!
Um comentário:
Cara Flávia,
Obrigado pelo link ao Entrelinhas! É bom saber que, através da internet, as distâncias se encurtam e é possível conhecer outros mundos. Foi óptimo conhecer o teu blog. Voltarei, certamente.
Um abraço!
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