sexta-feira, 6 de abril de 2007

Pintura do Renascimento Português - Col. Duques de Palmela


Arcanjo S. Miguel combatendo o dragão
Assunto: "... painéis do Retábulo da Vida da Virgem, de que estiveram expostas duas das suas oito tábuas (ver estudo em O Retábulo de Montemor-o-Velho).
agudização da consciência da mortalidade na sociedade do tempo, tomada de consciência essa que a vai condicionar na procura dos caminhos da Salvação.
E, seguindo a ideia de F. A . Baptista Pereira, vamos observar, nesse primeiro meio século de quinhentos, a imagem do espectáculo da emoção, a concepção do espaço teatral, a representação, diremos nós, dos momentos exemplares de meditação e de devoção. Procura-se a afirmação da piedade de cada indivíduo através das boas obras e da oração tal como o movimento da Devotio Moderna bem difundira pela Europa setentrional, sobretudo na Flandres e Alemanha, desde finais do século XIV".
O que, de forma muito elementar, acabo de referir vai, de algum modo, reflectir-se na aproximação que vos proponho ao painel intitulado Arcanjo S. Miguel, à Morte da Virgem, e ao já mencionado conjunto retabular de oito painéis com cenas da Vida da Virgem.
Uma primeira nota, e apenas nota, dirá respeito à caracterização geral dessas pinturas no contexto do renascimento português. De facto, o que há de icónico na produção de quatrocentos, dá lugar, em pleno século XVI, a um sentido humanista de representação narrativa onde a perspectiva traz nova dinâmica à função da imagem devocional. (...)
"Acima do firmal está representada uma cruz da Ordem de Cristo (o que indicia encomenda régia) e, como já referimos, nos pratos da balança, duas religiosas bernardas, em clara alusão à ordem cisterciense a que pertencia o mosteiro de S. Dinis de Odivelas".

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