terça-feira, 24 de julho de 2007

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Abaixo de mim há uma longa queda
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A gente só está pronto quando aceita o que vem
e torna-se



A leitura pra você, leitor
é futilidade
a escritura, pra mim,
decadência
Quando eu era pequena eu queria ser escritora
e vou ser, afinal o que me resta a não ser os meus sonhos de menina
ou é a morte
A palavra: o convencimento (retórica)
Poder
Verdade x mentira
Jogo de máscaras
Valores da sociedade que estão mudando: provas no comportamento, nos signos do vestir, nas identificações com os lugares/cenas/comportamentos/relacionamentos de poder
O exemplo que vem de cima autoriza a inversão de valores aqui embaixo. Parece até um programa de propósito acionado pra criar o pânico e precipitar uma diferenciação entre os mentirosos e os bobos/fracos.
Metáforas do titanic são usadas, assim como da arca de Noé
São símbolos de um mal iminente, e de que se deve vestir essa carapuça do mal.


Enquanto eu tenho a mim, nada vai me faltar.
Contra a melancolia, "levanta, sacode a poeira e dá volta por cima"
O cinismo está muito presente.
No barco do titanic ou da arca de nóe não cabe todo mundo. É a política do desespero, da tragédia, do salve-se-quem-puder, do fim dos sonhos, e da ceifação dos destinos de acordo com o que cada um plantou. É o fim dos tempos. O dilúvio universal da economia globalizada, das economias emergentes querendo reservar seu lugar no vôo dos abastados do primeiro mundo, rumo a um Brasil de dinamismo e tecnológico das altas classes burguesas e políticas dirigentes. Os melhores sobreviverão. E quem são os melhores? Os espertos, os negociáveis, os articulados numa rede de poder, ou com qualidades ímpares que sejam de utilidade sustentar as aparências, criar os valores do mocinho mesclado ao vilão, que se dá bem por seu jogo de cintura e falta de humanidade na consecução dos seus objetivos de sobrevivência no mercado mundial. O anti-herói da defesa dos seus interesses de pôr abaixo uma cultura do ócio e da ingenuidade para fazer emergir um mundo de maldade e esperteza. A lógica animal dos que sobrevivem adaptados a uma velocidade de airbus, prontos a mudarem as máscaras conforme a necessidade como num grande circo de diversões que não passa na hora do desespero de um grande circo de horrores. São as últimas horas da viagem no planeta onde todos devem disputar seus acentos no vôo final que vai permitir o passaporte para a próxima era do dilúvio e dos que não temem o mal desde que possam ter cada vez mais sucesso, fama, prestígio social, dinheiro para comprar os meios da aparência, da farsa, da mentira, da fraude necessários aos fins de sobrevivência no mundo competitivo da inteligência, astúcia, esperteza, vilania e glamour. São os estertores últimos dos peixes que morrem na praia e a glória exultante dos leões que devoram suas crias. É um cenário dramático, sem dúvida. De holocausto, de hecatombe, de dilúvio, de apocalipse. A natureza humana em xeque na sua definição moral renascentista, iluminista; em prol da própria ausência mesmo de uma natureza humana que se defina em termos de bem ou de mal, mas sim de fronteira cinzenta indefinível, em que homens se misturam com bestas, com deuses e a dimensão humana sai de cena como que esquecida de suas funções civilizatórias de se prestar um valor ou outro de edificação moral da unidade de um ser humano ideal. Não há. O homem em sua acepção de ser humano dotado de virtudes e vícios estratificados em comportamentos morais das classes sociais que se revezam na pirâmide da história é desde esse início de milênio um ser (?) já caminhando para a extinção. O humano é eterno como dizem os fraudadores de Shakeaspeare. O corpo desvencilhado das emoções é possível? As máquinas abrem caminho nesse sentido para a dessensibilização do corpo humano. Para a desconexão entre o que se convencionou associar corpo humano a emoção e, conseqüentemente, à vida como sinônimo de felicidade, em que vingava uma utopia de belezas eternas. É o fim das utopias. Não há corpos mutilados que reclamem um coração, senão figurarem numa cadeia de retroalimentação dos egos automatizados na fúria do controle do poder. Poder é a palavra do futuro. No seu sentido máximo de autoritarismo e de controle das mentes desmioladas de suas vísceras humanas. O poder do automatismo, da hipnose, da idolatria, da submissão à palavra salvadora dos homens sem alma. O corpo não é mais a morada da alma. O corpo se desubstancializou. O corpo não é referência da alma. O corpo é uma memória do vazio da alma. Do vazio do humano, da ausência do caráter. É o fogo do inferno.
Num país em crise de trabalho, como reflexo de uma crise moral, onde o bolo não dá pra ser dividido pra todos, tem que haver uma seleção: e é pelos mais fortes que se dá essa seleção; pelos menos mimados, pelos autônomos que se articulam em função de interesses que podem criar oportunidades, e se adaptam a desafios que tem por condição sine qua non a encenação. Fazer o público acreditar na mentira que foi contada, usando da alegoria para passar suas mensagens e se fazer entender por um público de massa heterogênea; uma didatização com cara de diversão e dramatização, como mostram os programas de auditório do tipo “Pânico na Tv”, o formato do telejornal de Datena, Brasil Urgente ... os programas evangélicos da Igreja Universal exibindo curtos trechos ou capítulos de novelas sobre o drama da vida, focando nos vícios do ser humano, e conclamando os irmãos à salvação em nome da fé. “Você tem fé? Então Deus é com você”. A literatura se juntando com o jornalismo de Linha Direta, em formato de séries televisivas com narrativas que intercalam o relato do jornalismo investigativo, o documentário de arquivos de imagens, a teledramaturgia questionando ficção e realidade, e abrindo caminho para a interpretação histórica. Dá-se voz às partes envolvidas do crime, do lado da investigação e do investigado, tendo em conta as respectivas testemunhas de acusação e defesa, como reza o bom jornalismo ético. Introduz-se elementos da literatura, em que uma evidência (uma carta, um argumento afetivo de uma testemunha até então não elencada) permite uma reviravolta no sentido das investigações tradicionais no sentido de apresentar uma nova versão para a solução do caso, ou uma nova peça do quebra-cabeças que vai alterar a original linha de investigação. E se pretende desse jeito, fazendo jornalismo investigativo questionar a história por meio de interpretações que confiram aos presentes homens o livre-arbítrio de decidirem sobre seus destinos e moral, julgando culpado ou inocente o réu. De outro modo, o que consta nos autos da investigação como culpado só pede a interferência da população civil para a identificação do culpado com vistas à agilizar a ação da polícia na resolução desse caso que recebe o apoio da mídia como um serviço público de fazer a justiça aos olhos da população que já não acredita em justiça, mas só em impunidade. O programa é um discurso que chega a ser irônico transfigurando a realidade em ficção, e criando a ilusão de um sistema de justiça que põe em cena a cara de gente como a gente na televisão, onde os cidadãos desprotegidos podem purgar pela imaginação e pela ilusão de ordem pública e segurança seu total estado de abandono à sua bela sorte na vida da criminalidade que assalta a vida social.
Medo do Fracasso
"Na adolescência, metade das pessoas é artista ou atleta. Todos destinados a um futuro brilhante nas quadras, nos palcos, nas letras.Então, chega a idade adulta e bate o medo. Medo de não ter carreira. Medo de não ganhar dinheiro. Medo de não conseguir satisfazer as ambições dos pais. Medo do ridículo. Medo de fracasso. Medo de nunca chegar ao primeiro do ranking. Medo de nunca chegar às listas de best-sellers.O poeta faz concurso pro Banco do Brasil, o cestinha vai estudar ciências atuariais. É mais seguro. É mais responsável. Afinal, não sou mais criança, Alexandre, preciso pensar no futuro.Mas nem todos desistem".
O melhor que poderia ter sido feito por você foi feito, e você não soube aproveitar, achando que não consegue, não vendo rumo nenhum, nenhuma habilidade que te permita dirigir sua vida e encontrar com os outros. Não tá dando certo com quem sequer arrumou uma carreira pra ter segurança ... um navio desgovernado foi a vida toda e agora se vê afundando ... Você que é tão novo, com todas as condições, mas não sabe o que faz, num tempo em que tudo ao seu redor amadureceu e você não galgou as portas da adolescência ... você que não se encaixou no mundo e tem a consciência de ir rolando pelo degredo dos afetos quando só queria participar de uma festa da vida pra que as portas foram abertas, você foi convidado e sabe-se lá porque cargas d'água do seu gênio não ingressou. Espera agora a perda, a decadência ... seus esforços são inúteis, e a cada fracasso da tentativa, só te fazem adoecer mais a mente que não produz, que não participa da festa da vida dos amigos e dos integrados na sociedade. Ninguém tá nem aí. Melancolia, solidão, não tem lugar para vítimas. A vítima só tem o que merece. Ninguém vai ter dó de você, e você é o seu próprio culpado. Condenado de si mesmo, a dar voltas sobre si. Você conhece a doença de cara, e ela te anuncia.
Medo só meleca tudo

domingo, 22 de julho de 2007

uma estética dos horrores
o mundo interior embarreirado
na paranóia
a alegoria do tigre
comendo o cãozinho indefeso
sem ter pra onde ir
a morte dos parentes
amigos e prazeres
apareça ou você some

terça-feira, 3 de julho de 2007

1) (pintura renascentista e literatura do realismo e do romantismo – o nascimento do indivíduo)

Retrato e biografia:
Biografia dos santos – legenda aurea – virtudes x pecados – o castigo dado à falta moral do santo. Como ele morre, por que dor e de que ele é chamado a curar (força-magia de mal e de bem, de cura ou doença, de sorte ou mau agouro. O puro e o impuro de Bataille e a feitiçaria de Lévi-Strauss). Esse foi um ensinamento retórico passado (por Santo Inácio ou Agostinho?) pelo livro – os exempla. O retrato do santo, sua personalidade. Vou fazer sobre São Cristóvão.
Biografia dos imperadores
Biografia dos humanistas (nobreza italiana, francesa e inglesa)
X
Etnografia: AS RELÍQUIAS ex-votos (esculturas e fotografia – linguagem e significado simbólico/imagem-genealogia e significado simbólico: partes do corpo como oferenda pra comunicar/trocar fé por destino entre deus e devoto - presença maior da cabeça ligada à alma – não se trata aqui de uma lembrança/memória, mas de uma mimese. Uso parecido que identifica a alma do morto com a máscara mortuária é no Egito, para achar o caminho além morte no mundo do hades; a escultura grega nas residências reverenciava um antepassado sumério, e assim como nas esculturas buscavam o modelo e não a fidedignidade dos traços da pessoa real; a escultura romana homenageava uma liderança, tendo a preocupação com o naturalismo, tirando os detalhes defeituosos)
A QUESTÃO DA SALVAÇÃO (UTOPIA DE SANTO AGOSTINHO/DANTE)
Personalidade e as expressões do rosto nos emblemas/inscrições
Indivíduo/pessoa/autoridade/poder/realismo e romantismo
Savater/lombroso/le brun/descartes/
2) Literatura utópica
Jardins
3) arte da memória

a imagem
a representação
corpo/cabeça/emoções/alma – simbologia da cabeça
ícone: como representar o que não pode ser representado?
Disfarce da divindade sob a forma de animais : a pomba simbolizando o espírito santo

Retrato, máscara mortuária, escultura (busto), pintura, numismática, selo, camafeu, retrato de família (fotografia)

Arte e Religião:
os-ex votos O objeto de culto
O objeto de arte

quinta-feira, 28 de junho de 2007

a realidade da imagem é inventada, não passa de ficção. O que é então o real, senão literatura? O que é então literatura, se ela mata?

Quanta cultura e razão a gente não tem que ter pra entender o que esse cara (Godard) tá dizendo ... e ainda assim quebrando a cabeça a sensação é de que eu não chego nem perto. E com um pouquinho de pensamento aprendido é possível dizer: que até que o absurdo que ele diz acaba fazendo sentido

A força maior da sua mensagem não está no que sai da boca dos atores em forma de texto/palavra. Está na imagem que ele desloca do lugar comum a que estamos acostumados no cinema e no dia-a-dia. E na linguagem que ele cria do silêncio pela ausência de imagem, onde faz existir o tempo (ou nos faz perceber a passagem do tempo): do pensamento (da existência). Um filme inteiro passado no escuro pode ser um manifesto, não pode?
O abuso de imagens. Fica cansativo. Distrai. A câmera ligada em movimento. Deixa correr. Só grava, não importa o quê. Estamos na velocidade do bonde, do trem, do carro. Tudo passa, vai passando; enquanto a gente não pensa, é ao mesmo tempo uma estética! De um modo de mundo, de percepção, de moderno, em que a velocidade se torna um costume, um hábito, uma inércia.
Quando a palavra é usada me aventuro a desconfiar. Estou muito acostumada a acreditar no dito. Experimento não levar a sério, e muito do que é texto zomba. E na maioria das vezes que zomba dói mais do que quando fala sério. Tá me chamando de trouxa, e com razão.

A morte: o problema maior do homem moderno.

coisa de moral, de sentido de existir.
O fim ameaça, é inimigo. A morte apavora, mete medo,
vira arma na mão de poderosos, usurários da consciência do tempo.
É essa morte que vivo. Meu tempo
o tempo de quase todo o mundo
hoje
Mas, não foi assim em outros tempos, em outros povos,
em todos os lugares
há muito pouco tempo.
Antes.
a escatologia põe a fé em alta
os falsos profetas no topo
mira o fim
não mira a origem da desigualdade entre os homens

É preciso salvar o planeta antes que seja tarde demais

hipócritas? criminosos?
ou o que se faz em nome da consciência já perdeu a razão?
catador de lixo hoje é profissão digna






GODARD: NOSSA MÚSICA

CAMPO/CONTRA-CAMPO

a câmera foca em primeiro plano, à contra-luz, o palestrante de costas. No contra-campo, desfocada, está a platéia. A penumbra encobre o rosto do palestrante, só seus cabelos desgrenhados são iluminados. A platéia não tem rosto. Massa anônima, sem pensamento.
Modelo palco-platéia. Emburrecimento da platéia por quem ocupa o lugar da palavra.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

... que desenhos, arquiteturas ... retratos, objetos, monstros, colagens, imagens, representações, cópias, sombras, reproduções, invenções, real ...

VIAGEM


de que viagem estou falando?

POR QUE RESTOS? RASTROS? LIXO? FOLHAS ... PAPÉIS ... ESCRITOS ... SONHOS ... LEMBRANÇAS ... GOZO
a boca dessa mulher me diz tudo. O corpo sem pecado não tira o êxtase da morte. Os tipos de amor ... a virgem
dor e gozo. O santo só goza na dor

CADA UM TEM UM JEITO DE SE PROCURAR

ESBOÇOS EX-VOTOS






Os olhos “espelho da alma”: leonardo da vinci
As sobrancelhas: melhor revelam as paixoes da alma, le brun
Os retratos
- na grécia ( “modelo” – não tinha fidelidade ao real. Retratos em estatuária se colocava nas casas de famílias para lembrar e reverenciar os antepassados sumérios (?))
- roma (famílias patrícias em retratos funerários; moedas, estátuas e camafeus de
estadistas;
- egito (el fayum – alma reconhece morto no retrato da máscara mortuária e figuras antropomórficas)
De qualquer forma o retrato está ligada à memória.
Tem ainda o que eram as moedas antes nas sociedades primitivas. Ou seja, as conchas, âmbar, braceletes, etc. Não era o retrato da pessoa, mas remetia a uma identidade do grupo (hierarquia e dominação – poder; ditava as regras da vida social – potlach, mana, - relação de troca simbólica) – a relação com a memória/tradição e poder
Sociedade (tribal) x indivíduo (estado)
A questão da autoridade/poder-política (que não passa – até mesmo no estado – pelo valor de troca mercantil, mas sim por relações de parentesco, ligado claro a poder econômico, no caso do renascimento à uma burguesia em ascenção). E a questão da construção do indivíduo pela vertente do autoritarismo. A questão passa por esses simbolismos de poder. Figuras heróicas, lugares sagrados, soberanos, centrais, unitários ... um ideal de cidade (democrática/autoritária monárquica/autoritária oligárquica ...)
Moeda (em todos os seus tipos: moeda mesmo, bens de troca primitivos, filatelia –selos - com seus emblemas e estampas) + retratos (mortuários, comemorativos como estatuária, camafeus)
Estamos falando de SÍMBOLO, EMBLEMA, REPRESENTAÇÃO, ALMA/CORPO nos ritos funerários – PERSONALIDADE/VIRTUDE no culto aos antepassados, ou personalidades de famílias nobres ou estadistas vivos ou mortos
O rosto: as expressões da alma (le brun) – quatro personalidades básicas: colérica, fleumática, ...
2 antagonismos básicos: alegria x tristeza
Afeto
Espelho de príncipes – modelo moral de virtudes (prudência: destaca-se). Apóia-se num sistema anterior de retórica cristã da idade média que dividia alma x corpo numa viagem – paraíso, purgatório, inferno em busca de salvação eterna no outro mundo.
A glória – já é uma coisa desse mundo. Um gozo do reconhecimento do valor pessoal entre os pares enquanto vivo. A glória terrena vivida e celebrada pelos imperadores.
GLÓRIA – coisa dos florentinos cheios de escárnio e arrogância
Culto à personalidade: suas predileções pessoais pra provocar suas reminiscências no studiolo. Generalidades de um particular. Objetos de coleção particular gerais, mas classificados (naturais, científicos ou artísticos e exóticos do novo mundo)
Essa viagem interna hoje comigo como é possível? Meu diário. Um diário pessoal com minhas lembranças, meus objetos de sinestesia, meus objetos sensoriais. E que jardim ideal é o meu? Que utopia construo? Que lugares e frases para serem lembrados? Que sistema de memória? Arquitetônica? Hermética a la giordano bruno? Ou a la Lull?
O ex-voto é uma troca simbólica – tem o retrato ali, na fotografia, na escultura de rosto e de corpo inteiro como estátua, a mimese do corpo pra reconhecer nas partes do corpo com as chagas. Tem um sistema de retrato ali, de identidade, de negociação de poder de cura em invisibilidade. SISTEMAS DE CURA. Uma entidade religiosa (mágica), ausente, mas em ação pela crença, presentificação por objetos de troca, intermediários do recado a ser enviado e da graça a ser recebida. ATRAVÉS DOS OBJETOS ... MAGIA

OS RETRATOS DE EL FAYUM******

a máscara mortuária mais exata ou menos exata serve pra alma reconhecer o morto no outro mundo.

LOTTO

"Na imponente galeria de retratos seguidos, que é como se apresenta essa exposição, há outro expoente da escola veneziana, Lorenzo Lotto (1480-1556). Em suas obras, os retratados são melancólicos, em especial O Humanista, um homem a desenrolar um pergaminho. "Lotto procura pela pessoa, não pela personagem; mostra-nos ânsia e fraqueza, não a satisfação pelo poder alcançado, pelo status", define o curador. "Enquanto o poeta transfigura por meio da linguagem a essência psicológica da realidade, o pintor transfigura a sua essência visual; o sentir para o artista figurativo é o ver, e o seu estilo, isto é, a sua arte, se constrói inteiramente sobre os elementos líricos da sua visão", como já escreveu o grande crítico Roberto Longhi. Personagens míticos ou pessoas comuns, é pelo olho do pintor que eles se fazem a nossos olhos, ganham sentidos e simbolismos. Se no quadro de Lotto há melancolia no homem retratado, a Cleópatra de Guido Reni (1575-1642), um dos nomes da pintura bolonhesa, é uma mulher tão europeizada que em nada nos remete à personagem enraizada em nosso imaginário".

minha evocação

"Dante, poeta e peregrino, apresenta-nos o Inferno visto somente na memória. Estando no Inferno sem nunca ter ido, saindo dele sem nunca ter entrado, enuncia um duplo reflexo sem origem: a palavra que é uma imagem.A imagem evocada através da retórica da palavra é no Inferno, forma de representação daquele espaço e seus habitantes.Descrições da temperatura, odor, movimento, velocidade, luz e sombra, altitude e geografia se fundem aos elementos terrenos que nos cercam e que são nossa referência de leitor. Ao iniciar a leitura dos cerchi mais profundos, a dupla imagem torna-se imediata: a leitura impressa na retina necessita de uma duplicação do real, o leitor invocará sua paisagem mais desejada, adequada ao oposto do que lê. A evocação pode ser sobreposta, mas não anulada. Torna-se indispensável, pois se precisa da razão para continuar a peregrinação por um universo desarrazoado. O Inferno mostra sua face mais sedutora quando cola-se no universo denominado realidade para dele fazer a origem de suas imagens. Este inferno do qual falo não estará mais no subterrâneo se levarmos até ele as imagens que reconhecemos – subvertê-las-á em seu benefício, o da sobrevivência na memória, pois o Inferno é a morada da Fraude".
Quais são as minhas imagens infernais? As que invoco a partir da leitura do Inferno de Dante?

OLHAR SABER REPRESENTAR: ENSAIOS SOBRE A REPRESENTAÇÃO EM PERSPECTIVA (Cláudia Flores EDUCAÇÃO/UFSC)

BEATO ANTÔNIO DE MACEDO

A QUEIMA DE LIVROS
CAVALEIROS DO AMOR:
"Quem era afinal a Amada? Quem eram verdadeiramente a Beatriz de Dante, ou a Catarina de Camões, ou a Luzinda, ou a Laura, ou a Fiammetta?
Beatriz é a Beatificatrix, ou Beatrix, «aquela que torna feliz», ou que proporciona a verdadeira felicidade, ou seja, a beatitude, e Catarina é, naturalmente, a Cátara, isto é, a Pura, numa clara alusão a uma das mais importantes «beatitudes» (ou «Bem-aventuranças»): «Felizes os de coração puro, porque verão a Deus» (Mateus 5, 8). E precisaremos de explicar que Luzinda vem de luz, e Laura é o nome da folha, dedicada ao Apolo-Sol (Iaurus = loureiro), com que se coroavam os heróis e os poetas, e Fiammetta é a pequenina chama (pequenina mas poderosa) - a chama do puro Amor?
Esta Beatrix, ou esta Cátara, ou esta Luzinda, que os Fiéis do Amor adornavam com tais nomes aparentemente humanos para dissimular a perfeita Amada, era a Luz da Inspiração Divina, a Hagia Sophia, a Santa Sabedoria, cujo Templo assenta em sete pilares, ou sete colunas, como nos ensina o Livro dos Provérbios (9, 1-6)".

CIÊNCIA DA NUMISMÁTICA*****


moeda grega: "O gravador de cunho retratava os hábitos e costumes da nação, aspectos econômicos e políticos e crenças religiosas. Os "drachmas" de Atenas correram durante muitos séculos por todo o mundo então conhecido, generalizando, assim, o uso das moedas"
COLARES ou braceletes de conchas, pérolas, dentes, ossos ou plumas, fragmentos de pedra ou metal, peças de cerâmica ou tecidos, objetos de formas e materiais surpreendentes = moedas antigas
na etnografia, pré-história e arqueologia
objetos semelhantes podem ser adornos ou jóias. Tudo indica que tinham uso utilitário, sendo valiosos, também como moeda. A circulação de bens valiosos antecede a civilização mediterrânea, da América Central, Oriente Próximo ou do Extremo Oriente com função de pagamento e conta, sem contudo ser essencialmente econômica. Mas, de parentesco, aliança política, crença, cultos. Regula vida social: nascimento, luto, guerra, casamento (qdo tem relação com o sacrifício?). A relação escassez e valor já existia num certo nível.
(usar isso pra fazer as relações com o milagre e a investidura de poderes sobre o milagreiro, beato, etc e os objetos sagrados que comunicam esse poder na "cerimônia" de exposição de ex-votos nas salas de milagres).
Investigando: a troca simbólica; a fé; a magia.
Exs.: um wampun, objeto confeccionado com tiras de couro e pedaços de nacár,usado pelos índios da América do Norte em suas transações com os brancos nos séculos XVII e XVIII

Moeda da Melanésia constituída por uma longa tira de fibra ornada de plumas vermelhas, acrescida de conchas inteiras ou talhadas.
relações de câmbio: kula, no Pacífico ocidental, o bilaba e o malaki, na África Central, ou o potlatch, na costa noroeste da América do Norte - nas sociedades mais antigas, porém já bastantes hierarquizadas. Hierarquia e dominação.
TRABALHAR COM: âmbar; obsidiana; conchas
Sociedades posteriores como pagamento usavam: machados de pedra, barras de sal, cerâmica, cortiça. "O motor do desenvolvimento monetário ainda não era o mercado", que só veio com o desenvolvimento dos Estados.

TESE 2006 BELAS ARTES UFMG

três personagens através do território dos afetos.
transversais de inscrições contemporâneas

Giovanna Viana Martins
"Deleuze afirma que, para Spinoza87 , a distinção entre estes termos era fundamental.
Afeto seria, de acordo com o filósofo, todo modo de pensamento não representativo, como
o amor, a angústia, a esperança, enquanto que a afeição é um efeito, uma ação por contato
que um corpo produz sobre outro, misturando-os.
Para Spinoza, o que definiria os afetos seria uma espécie de variação melódica
contínua que nos aumenta ou diminui a força de existir, variação esta determinada pelas
idéias que formamos diante das coisas do mundo. A variação melódica, constituída pelo
afeto, determina, para ele, os dois pólos fundamentais das paixões: alegria e tristeza. Uma
aumenta nossa potência de agir, enquanto a outra a diminui".

"O que propuseram esses relatos, ao adentrar outros territórios, foi pensar as
manifestações artísticas, os trabalhos, como zonas de encontro, lugar onde se estabelecem relações
de duração. Refletir, também, sobre os espaços fluidos que se apresentam na contemporaneidade
e que permitem o aparecimento de cenários de comunidade, socialização e partilha nos quais
novas relações de identidade e afeto se constroem (ou buscam se realizar)".

CAP. PRIMEIRO HUMANISMO BIZANTINO (Rita de Cássia/Letras ufmg)

THE TRUFFE DIARIES

ticket de metrô, moeda de dinheiro mesmo, moeda de karaokê, moeda de casa de jogo, moeda de fliperama ... as máquinas de metrô que trocam moeda por bilhete, as cabines telefônicas que recebem moedas, as roletas de ônibus que recebem pagamento em ticket ou cartão ...

BILHETES, MOEDAS, ... EMBLEMAS

UM GABINETE DE CURIOSIDADES CINEMATOGRÁFICO E DE PROGRAMAS DE TV

AS IDADES, O TEMPO (Milton José) Unicamp

Giorgione - As três idades (os três filósofos)

sexta-feira, 22 de junho de 2007


SIMBOLOGIA DOS ANIMAIS NO RENASCIMENTO

"SI HAY UNA IDEA FASCINANTE y fecunda es aquella, heredada de la Edad Media, que ve el mundo y la naturaleza como un gran libro abierto por Dios ante los ojos de los hombres para que lo interpreten y conozcan su mensaje. Una y otra vez, los autores de emblemas, empresas y literatura moral en general nos recuerdan que más se aprende observando a los brutos que a los hombres, del mismo modo que más se aprende escuchando una fábula que un tratado teórico. Así la utilización de las imágenes y las alusiones a los animales se cargan de una densa simbología que hay que saber interpretar, de la cual los libros que editamos contienen todas las claves.
En estas obras encontraremos los puntos de referencia sobre las características, el comportamiento y las lecciones de los animales. Podremos ver la evolución del pensamiento animalístico, y perseguir las transformaciones de cualquiera de sus imágenes, desde los venerables tratados clásicos de Aristóteles, Plinio o Eliano, pasando por la enciclopedia medieval de Isidoro, el Physiologus atribuido a San Epifanio y la cristianización progresiva de los contenidos que lleva a cabo un Bochart, hasta las últimas manifestaciones contrarreformistas españolas como la de Ferrer de Valdecebro. Y, como en los otros CDs de Studiolum, podremos cotejar con facilidad las diferentes ediciones y analizar las variantes que aparecen en las diferentes lenguas".

NUMISMÁTICA RENASCENTISTA

"EL RENACIMIENTO ASISTE a una imparable afición a las medallas y a la numismática, vinculada al auge del coleccionismo y el amor a las antigüedades. Para poner orden en un corpus creciente de materiales se generó una literatura especializada, con algunas líneas básicas: manuales de coleccionismo, obras que aprovechaban monedas y medallas para reconstruir aspectos de la historia, y tratados que estudiaban el contenido simbólico de las piezas.
La medalla entraba en contacto con otros modos renacentistas y barrocos de representación, especialmente con la empresa: retrato, por una parte, y lema o divisa más una figura o escena simbólica, podían manifestar una voluntad cifrada de darse a conocer. Los motivos utilizados se tomaban de procedencias diferentes, hasta del mundo de los jeroglíficos. Y las medallas, a su vez, inspiraron muchos emblemas. Los tratados medallísticos y numismáticos que tanto proliferaron, contenían, así, completos catálogos de imágenes a disposición de cualquier artista.
Moneda y medalla están en el centro de la galaxia iconográfica renacentista y barroca, convirtiendo a este CD en un núcleo aglutinador de relaciones con los otros CDs de Studiolum. Los miles de imágenes y descripciones que contiene forman una verdadera colección virtual de medallas: prácticamente todas las conocidas por el hombre de la época, desde la temprana obra de Enea Vico hasta la tan influyente y espectacular del español Antonio Agustín, con sus ricas láminas de grabados, o el tardío tratado de Menestrier".

HIERÓGLIFOS NO RENASCIMENTO

"EL RENACIMIENTO AVIVA el interés por la sabiduría cifrada que se cree advertir en los jeroglíficos. La atracción por las misteriosas imágenes egipcias existía desde la Antigüedad y aún nos fascina, pero fue especialmente reactivada en Europa a fines del siglo XV. Toda la cultura simbólica del Renacimiento y Barroco confluye con esta renovada curiosidad humanista.
Punto de partida fueron los Hieroglyphica de Horapolo, que en 1505 publicaría Aldo Manuzio. El texto griego —venido del ámbito alejandrino, propicio a la fusión de elementos orientales— fue acogido con entusiasmo por Ficino y el neoplatonismo de Florencia. Los artistas fijaron su atención en aquellos símbolos y empezaron a verlos como motivos y fuentes de invención. Después, el éxito de Horapolo se reforzó con la edición comentada por Pierio Valeriano —con espectaculares grabados a partir de 1575— que dotó de un orden enciclopédico al material jeroglífico y lo usó para su análisis moral o teológico del mundo natural.
Solo Valeriano, tesoro de informaciones de procedencia muy variada, e infinitas veces citado durante nuestro Siglo de Oro, justificaría la existencia de este CD, pero contiene muchos más materiales: podrán compulsarse las fuentes antiguas de Plutarco o Jámblico, consultar los comentarios de Caussin y llegar a las interpretaciones barrocas, y finalmente disponer de la serie completa de jeroglíficos y pseudojeroglíficos conocidos en los siglos XVI y XVII. Como complemento, editamos la inaugural y enigmática obra de Francesco Colonna, Hypnerotomachia Poliphilii, tan próxima a este mundo".

REBUS




LIVRO DO GÊNESIS

"Masaccio's Expulsion of Adam and Eve from the Garden of Eden (1425) (figure 3) tells the story of the first shame experienced by a man and woman together, witnessed by an angel, but no human being. The audience for shame shrinks from a group, representing society, to a hidden pair of voyeurs, and finally, to God
(...) Images of the first sinners, Adam and Eve, likewise began to develop during this period, as less violent variations on the hand-to-face gesture appeared. On a portal at the cathedral of Autun, the figure of Eve, lying down after the Fall, holds her hand to her cheek in what can only be interpreted as a gesture of shame. ".
http://triplov.com/coloquio_06/amorim_da_costa/Enodato/sonhos.htm
CIÊNCIA UTOPIAS

UTOPIA COMO IDEOLOGIA

PAOLA GONZAGA: A MADONA DO COLO LONGO

http://homepage.mac.com/eeskenazi/yates.html
Apuntes sobre Giordano Bruno
& el arte de la memoria *
Frances A. Yates
Selección & notas de Enrique Eskenazi
"El núcleo mágico del platonismo ficiniano; la confusión establecida entre ideas, imágenes mágicas y hermetismo. En opinión de Mersenne, atribuir semejantes poderes a tales imágenes es sencillamente una locura... Mersenne es un pensador moderno; ha cruzado la línea divisoria y se encuentra del mismo lado que nosotros; creer en el poder de las imágenes mágicas le parece absolutamente demencial. Un dibujo de Mantegna, según él, tiene más valor que todas las imágenes juntas de los nigromantes. Y su condena a estas imágenes no proviene del temor sino de la opinión de que están privadas de todo sentido. Mersenne, que repudia por completo la astrología, detesta consecuentemente la magia astral, las milagrosas virtudes atribuidas a las plantas, piedras e imágenes y todo el aparato sobre el que se fundamenta la magia naturalis".
Notas(1) Para la relación entre el hermetismo y la "revolución copernicana", consultar el artículo de Darcy Woodall: "Una astrología hermética. Del Renacimiento al comienzo de la Edada Moderna" (volver)(2) Marsilio Ficino (1433-1499), filósofo, mago, traductor, sacerdote e ingenioso escritor, fundador de la Academia Florentina, fue el artífice del apogeo del neoplatonismo en el Renacimiento. (volver)(3) Giulio Camillo Delminio fue uno de los personajes más famosos del s. XVI por su construcción de un modelo de teatro de tamaño natural y su obra "Idea del Teatro" (publicada en Venecia 1550). Su teatro era de hecho una construcción para la memoria que representaba el orden de las verdades eternas y presentaba los diversos estadios de la creación, desde la Primera Causa hasta el hombre, pasando por el plano angélico y las esferas planetarias. (volver)(4) Nombre de una obra "mnemotécnico-mágica" de Giordano Bruno (volver)(5) Metrodoro de Escepsis, pensador griego que, de acuerdo a Quintiliano, basaba su arte de la memoria en el zodiaco, y "que profesaba el arte de repetir con fidelidad lo escuchado una sola vez", según escribió Jorge Luis Borges en su notable relato "Funes el memorioso" (volver)(6) Obra retórica/mnemotécnica que durante la Edad Media se atribuyó (falsamente) a Cicerón.(volver)(7) Obra de Giordano Bruno. (volver)(8) Colección de tratados gnósticos de los s.II-III d. C. Si bien el Asclepio fue ya conocido en Occidente durante la E. Media gracias a una traducción latina atribuida a Apuleyo, el Poimandres fue traducido del griego por M. Ficino, y tuvo a partir de entonces gran auge y difusión. (volver)(9) "gran milagro", expresión con la que se refiere al Hombre el Asclepio, y que fue retomada por Pico della Mirandola en su Tratado sobre la diginidad del hombre*Reflexiones tomadas de:Yates Frances A., El Arte de la Memoria (Madrid, Siruela, 2005)Yates Frances A., Giordano Bruno y la Tradición Hermética (Barcelona, Ariel, 1983) (*)

GIORDANO BRUNO: MARTÍRIO DE UM SÁBIO

Os Pensadores Renascentistas
Os Pensadores

Nicolau de Cusa
Bernardino Telésio
Giordano Bruno
Tomás Campanella

AS MIL FACES DO HERÓI NAS HQ's

IMAGENS DE SEDUÇÃO

Imagens de sedução na pedagogia.
“A sedução como estratégia profissional”*
Clermont Gauthier
Stéphane Martineau
"Desde o princípio do século V, ao apresentar os ensinamentos fundamentais para a
formação do bom cristão, Santo Agostinho percebeu a eficácia da linguagem e dos signos
não verbais no processo de transmissão da mensagem cristã. Em seu tratado De doctrina
christiana ele formulou as noções preliminares a respeito do símbolo e da interpretação
simbólica que viriam a ser aceitas no medievo. Estabeleceu a distinção fundamental entre
os signos (signa) e as coisas (res), os primeiros vindo a ser a referenciação da “coisa”,
mas, conferindo a esta “coisa” um certo sentido". Os primórdios da kinésia moderna.
(...)
"Entretanto, para melhor esclarecer a referida função simbólica convém destacar
algumas particularidades da comunicação não verbal. Os princípios metodológicos
aplicados por François Garnier ao estudo das imagens medievais revestem-se de particular
importância para o que pretendemos, uma vez que aquelas representações também
diziam respeito a gestos49. Porém, cumpre lembrar que, em nosso caso, não nos
deparamos nem com uma representação iconográfica do gesto, nem com o gesto em si,
mas apenas com o registro escrito de sinais gestuais. Portanto, para se aproximar do
movimento convencional do corpo, e de seu possível significado, deveremos realizar
operação inversa daquela efetuada pelos monges, quer dizer, deveremos decodificar o
escrito e reconstituir a imagem daquilo que, outrora, constituía um gesto, um sinal".
ABY WARBURG ENTRE A ARTE FLORENTINA DO
RETRATO E UM RETRATO DE FLORENÇA NA ÉPOCA
DE LORENZO DE MEDICI
Aby Warburg into florentine art portrait and the Florence
portrait in Lorenzo de’ Medici’s age
Cássio da Silva Fernandes*

O USO DO CORPO: PRODUÇÃO DE SABERES E HÁBITOS CORPORAIS (José Augusto) UNPB

A ARTE DA CONVERSAÇÃO NA PINTURA

"A conversação deu mesmo origem a um género pictórico muito apreciado, designado conversation piece. Trata-se de um retrato social ou familiar, em média ou pequena escala, em que as figuras surgem geralmente em corpo inteiro. O enquadramento é feito num plano médio, que, sem individualizar demasiado os retratados, lhes caracteriza o porte, a postura e a atenção mútua, através de olhares, sorrisos e pequenos gestos. Aquilo que sobressai é justamente a relação entre os indivíduos enquanto membros de um grupo, expressa pelo autodomínio das expressões faciais e corporais, numa interacção simultaneamente familiar e reservada. A escala destas conversações implica também uma proximidade maior entre o observador e o quadro, muito diferente da distância criada pelos retratos em escala real.
A conversation piece representa frequentemente um círculo familiar recebendo visitas, um círculo de amigos num clube ou num botequim, ou mesmo uma rapariga recebendo a visita de um pretendente. Estes círculos podiam ser mais ou menos alargados, por vezes com indivíduos de grupos sociais diferentes e gerações diferentes. Em geral os indivíduos representados estão a conversar, a ler, a tomar chá, a fumar, a ver alguém a tocar, a assistir a uma representação, etc. O interior doméstico em que as figuras do círculo familiar e doméstico convivem com visitas é um dos cenários privilegiados. O sorriso acolhedor do anfitrião ou anfitriã, por exemplo, é um dos elementos convencionais. Segundo David H. Solkin, a conversation piece seria a materialização pictórica da ideologia da conversação e reflectiria a ansiedade colectiva de uma sociedade comercializada"

A FILOSOFIA NAS ARTES

LINGUAGEM CORPORAL NA TURQUIA


gesto que significa que uma pessoa é homossexual

GESTOS E SEUS SIGNIFICADOS

Gestos
"As pistas que mais facilmente podem ser suprimidas quando mentimos são os gestos. Existem alguns tipos de gestos que merecem atenção:
1) Emblemas são sinais gestuais que, dentro de uma cultura, possuem um significado preciso, sendo usados em lugar de uma palavra ou quando não se pode falar. Os emblemas aparecem cortados e/ou incompletos quando a pessoa mente, surgindo, geralmente, fora da região de apresentação (entre pescoço e quadris). Como exemplos de emblemas, na cultura ocidental, temos o levantar os ombros em sinal de interrogação ou incerteza e o balançar a cabeça em sinal de “sim” ou “não”. Pessoas mentindo levantam sutilmente um dos ombros antes de responder a algumas perguntas, promovendo, desta forma, um sinal de mentira (Ekman,1985). Em resumo, pode-se dizer que os sinais emblemáticos aparecem, deixando escapar informações ocultas, fora da região de apresentação, quando mentimos.
2) Ilustradores são gestos diretamente ligados à fala. Os ilustradores servem apenas para enfatizar ou ilustrar o discurso.Os estudos sobre mentira indicam que há uma tendência das pessoas usarem menos ilustradores quando falseiam uma informação. Na mentira, os ilustradores aparecem fora de sincronia com o discurso. Por exemplo, ao enumerarmos tópicos ilustrando com os dedos (um, dois, três, quatro, etc) estes aparecem atrasados em relação à contagem verbal.
3) Manipuladores ou Adaptadores: Os manipuladores ou adaptadores são gestos que não estão diretamente relacionados à fala. Caracterizam-se como movimentos de auto-manipulação, como coçar o nariz, passar a mão no cabelo, esfregar o queixo, etc. A freqüência de manipuladores aumenta quando a pessoa está tensa e ansiosa (não necessariamente quando está mentindo). Entretanto, como muitas pessoas sentem-se tensas e ansiosas quando estão mentindo, estes gestos podem aparecer nestas ocasiões, em função de um maior “desconforto psicológico”".
DA QUEDA PARA O ALTO:
VÍCIOS E VIRTUDE EM UMA MINIATURA ROMÂNICA
Profa. Dra. Maria Cristina Correia Leandro PEREIRA
Departamento de Teoria da Arte e Música
Centro de Artes – UFES

LIVROS DE EMBLEMAS ESPANHÓIS

OS EMBLEMAS DE ALCIATO

http://www.ces.arts.gla.ac.uk/html/research.htm

"El emblema surgió cuando Andrea Alciato, jurisconsulto italiano, practicando un ejercicio propio de humanistas (traducción, imitación) compuso, inspirándose en la Antología griega, 99 epigramas latinos, a cada uno de los cuales puso un título. Dedicó la obra al duque Maximiliano Sforza y la fortuna quiso que, a través del consejero imperial Peutinger, la obra llegara a manos del impresor Steyner quien, con visión comercial, consideró lo apropiado que sería añadir una ilustración a cada epigrama. La tarea se encomendó al grabador Breuil y el libro salió publicado en 1531 en Augsburg con el título de Emblematum liber. La obra tuvo un enorme éxito (ha alcanzado más de 175 ediciones) y pronto fue imitada por otros, así como comentada. Esta recepción se explica porque el librito recogía sabiamente algo que estaba entre las aspiraciones de algunos círculos de la Europa del momento: la creación de un lenguaje universal, a base de imágenes, a imitación de los jeroglíficos egipcios, pero explicadas con textos, bajo la pretensión de transmitir reglas de conducta de utilidad para el género humano".

REGISTRO

A ESTAMPA RELIGIOSA

O QUE NIETZSCHE TEM A DIZER SOBRE OS SANTOS?

ascese não passa de um orgulho por trás das virtudes cristãs que revela uma vontade de ter poder
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Taí: as biografias de santos - humanistas - imperadores - reis (literatura biográfica)
efígies emblemas de personalidades e famílias florentinas nobres (os Gonzaga)
a questão do poder
a corrente do hermetismo (Giordano Bruno, franciscanos - os neoplatônicos)

quinta-feira, 21 de junho de 2007

OS HOMENS SANTOS

SIGNO SÍMBOLO SIGNIFICANTE SIGNIFICADO: A MORAL DAS CORES

http://paineis.org/C10a.htm

"A tese que procuraremos enunciar passa pela compreensão de que os painéis não são nem um simples retrato de família e de veneração de um santo, nem um poço de numerologias e cabalismos. Parecem ser uma charada intencional, velha de cinco séculos, destinada a ser decifrada por quem estiver de posse das chaves necessárias. Essas chaves encontram-se na história do séc. XV português, na codificação simbólica característica da pintura flamenga coeva, e no simples exame racional dos múltiplos elementos aparentemente absurdos que cobrem os seis painéis de uma ponta a outra, unificando-os sem margem para dúvidas, em oposição aos restantes painéis atribuídos a Nuno Gonçalves (a «Coluna», a «Aspa», e os quatro Santos), que parecem distinguir-se apenas pela mais completa simplicidade e ausência de elaboração simbólica".

OS SANTOS SÓ GOZAM NA DOR

SOBRE A SANTA NUDEZ


"São Cristóvão é o protetor dos motoristas e dos viajantes. Viveu provavelmente na Síria e sofreu o martírio no século III. "Cristóvão"significa "Aquele que carrega Cristo" ou "porta-Cristo". Seu culto remonta ao século V. De acordo com uma lenda, Cristóvão era um gigante com mania de grandezas. ele supunha que o rei a quem ele servia era o maior do mundo. Veio a saber, então, que o maior rei do mundo era Satanás. Colocou-se pois, a serviço deste. Informando-se melhor, descobriu que o maior rei do mundo era Nosso Senhor. Um ermitão mostrou-lhe que a bondade era a coisa mais agradável ao Senhor. São Cristóvão resolveu trocar a sua mania de grandeza pelo serviço aos semelhantes. Valendo-se da imensa força de que era dotado, pôs-se a baldear pessoas, vadeando o rio. Uma noite, entretanto, um menino pediu-lhe que o transportasse à outra margem do rio. À medida que vadeava o rio, o menino pesava cada vez mais às suas costas, como se fosse o pedo do mundo inteiro. Diante de seu espanto, o menino lhe disse: "Tiveste às costas mais que o mundo inteiro. Transportasse o Criador de todas as coisas. Sou Jesus, aquele a quem serves"".




Viveu em 251 DC e é o patrono dos viajantes e é um dos "Quatorze Santos Ajudantes" que apareceram para Santa Joana D’Arc. Um mártir, São Cristóvão chamado Kester morreu em Lycia, na Ásia Menor (atualmente Turquia). Diz a tradição que ele era um homem muito forte que ajudava as pessoas a cruzarem o rio. Um dia um menino pediu para ajudá-lo e São Cristóvão colocou-o nos ombros e começou a atravessar o rio. A cada passo a criança ficava mais pesada e São Cristóvão se esforçava ao máximo para salvar o menino. São Cristóvão disse a criança que estava muito difícil e que parecia estar carregando o mundo! E a criança respondeu:" Não fique surpreso! Você está carregando o mundo, você carrega o criador do mundo nos ombros! O menino era Jesus!Por isso São Cristóvão é invocado por todos antes de fazerem uma jornada. Raramente se vê um táxi ou ônibus sem a medalhinha de São Cristóvão em alguns lugar do painel".



* São Cristóvão, que saiu incólume da fornalha e sarou imediatamente das flechas com que o atravessaram. Por fim alcançou o martírio sendo decapitado à espada (É muito típica este respeito divino à intervenção direta do homem).
saints and their emblens
H. Gunther, se preocupa em descobrir supostas origens pagãs para as práticas de devoção a ele, na Idade Média.

NAS ORIGENS DO HUMANISMO OCIDENTAL: OS TRATADOS FILOSÓFICOS CICERONIANOS

FAMÍLIA FRANCISCANA NO BRASIL


"Até os inícios do século XX pode-se dizer que a vida de Clara era conhecida somente através de biografias cheias de devoção, baseadas sobre a sua Legenda, ora atribuída a São Boaventura ora a Tomás de Celano. Mas vamos elencar alguns momentos que alavancaram o conhecimento da nossa Mãe fundadora"
1) (pintura renascentista e literatura do realismo e do romantismo – o nascimento do indivíduo)

Retrato e biografia:
Biografia dos santos – legenda aurea – virtudes x pecados – o castigo dado à falta moral do santo. Como ele morre, por que dor e de que ele é chamado a curar (força-magia de mal e de bem, de cura ou doença, de sorte ou mau agouro. O puro e o impuro de Bataille e a feitiçaria de Lévi-Strauss). Esse foi um ensinamento retórico passado (por Santo Inácio ou Agostinho?) pelo livro – os exempla. O retrato do santo, sua personalidade. Vou fazer sobre São Cristóvão.
Biografia dos imperadores
Biografia dos humanistas (nobreza italiana, francesa e inglesa)
X
Etnografia: AS RELÍQUIAS ex-votos (esculturas e fotografia – linguagem e significado simbólico/imagem-genealogia e significado simbólico: partes do corpo como oferenda pra comunicar/trocar fé por destino entre deus e devoto - presença maior da cabeça ligada à alma – não se trata aqui de uma lembrança/memória, mas de uma mimese. Uso parecido que identifica a alma do morto com a máscara mortuária é no Egito, para achar o caminho além morte no mundo do hades; a escultura grega nas residências reverenciava um antepassado sumério, e assim como nas esculturas buscavam o modelo e não a fidedignidade dos traços da pessoa real; a escultura romana homenageava uma liderança, tendo a preocupação com o naturalismo, tirando os detalhes defeituosos)
A QUESTÃO DA SALVAÇÃO (UTOPIA DE SANTO AGOSTINHO/DANTE)
Personalidade e as expressões do rosto nos emblemas/inscrições
Indivíduo/pessoa/autoridade/poder/realismo e romantismo
Savater/lombroso/le brun/decartes/
2) Literatura utópica
Jardins
3) arte da memória

a imagem
a representação
corpo/cabeça/emoções/alma – simbologia do corte da cabeça
ícone: como representar o que não pode ser representado?
Disfarce da divindade sob a forma de animais : a pomba simbolizando o espírito santo
Religião: os-ex votos (objetos artísticos)

Retrato, máscara mortuária, escultura (busto), pintura, numismática, selo, camafeu, retrato de família (fotografia)
O objeto de culto
O objeto de arte

A lição de anatomia de Andreas Vesalius e a ciência moderna

Eduardo Henrique Peiruque Kickhöfel
Andreas Vesalius de Bruxelas
De Humani corporis fabrica, Epitome, Tabulae sex
Organização: J. B. de C. M. Saunders e Charles D. O’Malley
Tradução: Pedro C. P. Lemos e Maria C. V. Carnevale
Ateliê Editorial/Ed. Unicamp/Imprensa Oficial SP, 268 págs
.

A IDÉIA DO CAVALHEIRO RENASCENTISTA

"Tal como é pouco rigoroso analisar o Renascimento em termos de um contraste simples e claro com a Idade Média, como fizeram Michelet e Burckhardt, ele também não deve ser tomado como um todo uniforme. Ao período do humanismo cívico sucedeu o domínio dos Médicis em Florença. Nos contactos feitos com eruditos orientais, quando o Conselho de Florença procurava reconciliar as igrejas do Ocidente e do Oriente, num último esforço para afastar a ameaça dos turcos, Cosimo de Médicis sentiu-se atraído pela figura de Platão. Daí resultaram o seu mecenato em relação a Marsílio Ficino e o nascimento da Academia Platónica. Ficino tornou-se discípulo de Platão, defendendo o neoplatonismo.
Talvez por coincidência, mas de forma adequada a uma corte, o ideal contemplativo voltou, mais uma vez, a substituir o activo. Este ideal foi alargado a toda a Europa através de um livro que espelhava a mais nobre das cortes italianas, a de Urbino: O Livro do Cortesão, de Baldassar Castiglione. Publicada em 1528 (ou seja, após o saque de Roma de 1527), esta obra contém uma visão nostálgica dos princípios civilizacionais cultivados em Urbino, no tempo de Federigo da Montefeltro, num dos mais belos palácios principescos. Além de expor à Europa, nas suas conclusões, as ideias do neoplatonismo, mais do que o estatuto do cortesão definia o ideal do cavalheiro. Nenhum outro livro deste tipo conseguiu concentrar tão bem os ideais do Renascimento italiano".

L’Archivio di Stato a Padova

fantasia
http://www.ocaiw.com/catalog/?lang=en&catalog=&author=523&name=Andrea+Mantegna


Storia dell’incisione del disegno e della grafica
Marzia Faietti

I disegni a penna di Andrea Mantegna e le incisioni di e da Mantegna.
Tecniche di simulazione della natura


"Andrea Mantegna introduziu seus famosos manuscritos em Pádua. Feliciano de Verona, compilou uma coleção de textos a Mantegna".





Humanista riguroso, dejó su huella en el libro de las dos maneras características del Renacimiento: a través de las soberbias ilustraciones de uno de los primeros y mejores grabadores y a través de la elaboración de un tratado sobre la construcción de letras".




O MANUSCRITO VOYNICH

"ilustraciones de mujeres desnudas, plantas y constelaciones. Los vegetales que muestran no existen en la naturaleza, y la mayoría de los diagramas astronómicos son también desconocidos".
(...) "En la misma línea, Rugg opina que su sistema de analizar problemas complejos que requieren del conocimiento de especialistas en varios campos (en el caso del manuscrito, por ejemplo: lingüistas, historiadores, criptógrafos, medievalistas y filólogos) puede ayudar a aproximarse a otros misterios aún no resueltos que significan la diferencia entre la vida y la muerte para muchas personas. Las causas de enfermedades como el Mal de Alzheimer caen de lleno dentro de esta categoría de problemas científicos, y Rugg cree que su análisis de “zonas grises” puede ayudar a la ciencia a responder preguntas que en apariencia no tienen solución".

Voynich era um comerciante de livros raros para colecionadores que tinha entre seu acervo obras ilustradas a mão de Mantegna e Giotto ...

A MONTAGEM DO FILME COMO PRODUTORA DE SENTIDO a la combinações opostas formando um conceito como numa linguagem hieróglifa

ver p. 71

quarta-feira, 20 de junho de 2007

EGIPTOLOGIAS E ELEFANTES: capítulo do blog COCANHA que nos conta o romance de Polifilio

uma gravura que está no romance





gravuras com mistérios e escrita hieroglífica + rebus comuns nas cortes renascentistas viraram charadas populares publicadas antigamente em jornais ao lado de palavras cruzadas.





a decifração dessas gravuras fica uma coisa erudita. Acessível apenas aos intelectuais e príncipes (usadas em suas empresas), assim como ilustram emblemas e incorporam a tradição hermética alquímica.





O que eu vejo aqui é uma interpretação laica e não religiosa do neoplatonismo de que faz parte Marcilio Ficino. Atenção para a forma. São poucos que conhecem seu significado. São poucos os iniciados.
(Curiosidade: "Na época do Renascimento, muitos pensadores e filósofos, como Marcílio Ficino e Giordano Bruno, sentiam-se atraídos pelo seu mistério, pela escrita hermética que se acreditava provir de lá e pelos seus indecifráveis hieróglifos (tidos por muito como alfabeto de Deus). Nada disso desejava Napoleão. Nem mistérios, nem catar almas danadas vagando pelas tumbas ilustres, nem tentar desvendar segredos insolúveis. Isso era coisa para hierofantes e para místicos. Orientou seus sábios para que tudo o que fosse encontrado nas areias e nas tumbas do Egito fosse arrolado, estudado e classificado segundo os últimos recursos da ciência. Fugia-se da superstição e do ocultismo. Acreditavam os cientistas que aquilo que não se sabia no momento seguramente seria revelado no futuro. A Razão é paciente e perseverante").

Escrita simbólica de Mantegna a Durher. Esforço de artistas e intelectuais para decifrar essa genealogia de hieróglifos. Criaram também suas própria composições em forma de enigmas.


ápice desse gosto pela escrita de enigmas: a novela de Polifilio. Novela de amor e arquitetura, de Francisco de Colonna.


"todo o humano é apenas sonho" e "recorda coisas digníssimas". Cada capítulo inicia com uma letra capital, a soma de cada uma no início de cada capítulo dá uma FRASE EM LATIM.


Polifilio é o herói do romance e é amante da beleza, representando-a como uma virtude e uma forma de conhecimento.





A BELEZA (AMOR)


Nossa! Que trágico tem essa história: o garoto Políbio conquista a amada Polia nos prazeres carnais, mas descobre que no final das contas foi tudo um sonho. Ela já tinha morrido, ele descobre! Que tétrico! Banho de água fria!
Isso é bem um pesadelo mesmo delirante!

No sonho passam arquiteturas fabulosas (jardins, ruínas com estátuas cheios de hieróglifos que vão dando pistas para matar a charada do "sentido metafórico daquele corpo arquitetônico e erótico-amoroso"). Ou seja todas aquelas imagens oníricas são metáforas pra uma verdade mais profunda que se deve desvendar pelos hieróglifos.


AMOR MUNDI




LIBIDO AEDIFICANDI




encaminham para um "corpo humanista" de realização e não contemplação (como os medievos).




As gravuras desse romance foram parar na decoração de arquiteturas e textos




SALA CAPITULAR DO CONVENTO DE SÃO PAULO DE PARMA




CLAUSTRO DE SANTA JUSTINA EM PÁDUA




CLAUSTRO DA UNIVERSIDADE DE SALAMANCA




OS ELEFANTES

gravura do romance é uma charada alegórica de caráter político (efeitos da concórdia x discórdia)
Para dar forma a uma máxima (texto clássico) que fala dessa relação entre discórdia e concórdia, Colonna recorreu a uma fábula de Mercúrio, tomando assim o caduceu como símbolo pacificador da contenda entre duas serpentes.
Comparadas a gravura de Colonna (um rebus) com o medalhão de Salamanca vê-se que os lados do caduceu são antagonizados pelos elementos água e fogo.
parte inferior: gigantes elefantes de costas (razão x poder - discórdia) se transformam em formigas
parte superior: elefantes de frente (concórdia) se transformam de formigas em elefantes gigantes

ver no blog o outro exemplo do elefante.

HÁHÁ HÁHÁ HÁHÁHÁ HÁHÁ HÁH'HÁ

O ESTADO ITALIANO E O INDIVÍDUO

BURKHARDT, Jacob. A Cultura do Renascimento na Itália. São Paulo: Cia das Letras.1991

riqueza humana representada na literatura e na arte com seus defeitos e virtudes, individualismo, retrato, personalidade facetada: biografia é marcada por diletantismos - "homens enciclopédicos".

GLÓRIA MODERNA

"Fora da Itália, as diferentes camadas sociais viviam cada uma por si, com suas respectivas noções de honra remanescentes das castas medievais. A gloria literária dos trovadores e Minnesänger, por exemplo, restringe-se ao interior da cavalaria. Na Itália, ao contrario, a igualdade das camadas sociais precede o surgimento dos tiranos ou da democracia.
A gloria moderna, deu-se principalmente através dos trabalhos de Dante, Mussato, Petrarca que foi responsável pela “Carta a Posteridade”.
Ligados ao culto da casa onde nasceram as celebridades encontram-se também seus túmulos, para as cidades tornou-se questão de honra possuir os ossos de celebridades nativas e estrangeiras ao contrario da Antiguidade, onde só eram famosas as residências de santos como São Francisco, por exemplo. Ao longo desses templos locais da fama para cuja ornamentação convergem ao mito, a lenda, o renome conferido pela literatura e a admiração popular. Esse novo elemento relativamente moderno passa a receber, pouco a pouco um tratamento cada vez mais enfático, os historiadores começam a inserir descrições de caráter em suas obras, dando origem a coletâneas de biografias dedicadas a seus contemporâneos famosos".

Itália = escola de injúrias presente na literatura (cantigas da poesia provençal, novelas, sonetos imitando os lamentos de amor de Petrarca - isso estava como que para as paródias dos gregos).
Florença = mercado da fama
Personagem mestre nesse escárnio é Aretino, de Roma.


O edifício e a tradição. A república intergeracional
Gustavo Pimenta de Pádua Zolini
Tatiana Harue Dinnouti
ARQUITETURA/UFMG

http://html.rincondelvago.com/renacimiento_22.html *****
http://html.rincondelvago.com/pintura-renacentista-italiana.html *****
e-Art Magazine (pintura profana se apropria da religiosa): http://www.eartmagazine.com/readart.asp?f=&id=1681&cat=16&language=ita

A MITOLOGIA CLÁSSICA NO HUMANISMO DO RENASCIMENTO PORTUGUÊS

RENASCIMENTO E ANTIGUIDADE: ROSTOS E PAISAGENS

"O abandono dos idealismos levou os artistas a observar a realidade quotidiana, o interesse pelo homem, seu corpo, sua face, mesmo sendo feia. Descobriram a paisagem e mostraram interesse pelos detalhes. Aspecto essencial do renascimento que se difundia por todo o continente europeu. Assim, o século XV reintegra, mesmo nas obras religiosas, o mundo dos homens, com suas misérias e as suas deformidades e fealdades. Era sensível a diversidades das faces humanas; descobriu-se nelas um tema inesgotável para a arte, então ao retratar o homem do dia a dia e a si mesmo, estudando os modelos, mostrando seus defeitos, suas imperfeições, não os retratando como algo belo e angelical, sendo o renascimento um movimento de regresso ao homem. Os artistas do século XV foram grandes humanistas e autênticos produtores da cultura nova.
As paisagens também se destacavam em seus detalhes minuciosos. Um exemplo disto é o Políptico do Cordeiro Místico, uma paisagem arejada e clara que pode parecer artificial, mas os botânicos já identificaram nela mais de cinqüenta espécies de flores e plantas. Juntamente com esta curiosidade científica, aprofundaram-se os estudos de iluminação. Assim, as pesquisas transformaram a arte européia entre os séculos XIV e XVII".

HISTÓRIA DA LITERATURA

HUMANISMO - escola literária
a prosa humanista

LITERATURA LATINA NO RENASCIMENTO: UM CONTINENTE PERDIDO

"Cuando en Europa el latín supervivía fragmentada y disparmente en los documentos de médicos, burócratas, abogados y clérigos, los humanistas del Renacimiento se propusieron revivir las mejores tradiciones literarias del latín clásico, al que dieron una nueva vida. Con ese pulido y refinado lenguaje, quienes conformaron este movimiento intelectual, desde el Mediterráneo hasta el norte de Europa, sentaron las bases de muchas de las prácticas académicas e intelectuales que conocemos hoy. En la siguiente reseña, Anthony Grafton reseña algunas obras renacentistas publicadas por la Serie I Tatt: "Dispersos en bibliotecas y librerías, asignados en clase y recomendados en conversaciones, por generaciones estos volúmenes infectarán a los lectores con el sentido histórico y el cinismo político, el escepticismo y el idealismo, y el indeclinable amor por el latín de los humanistas del Renacimiento"".

Humanismo
Contexto Histórico
A crônica de Fernão Lopes
Poesia palaciana
O teatro de Gil Vicente

"Um melhor reconhecimento dos textos antigos:
É verdade que a Antigüidade nunca fora totalmente esquecida, mas tinha sido transformada. As monjas liam Ovídio, mas um Ovídio moralizado. No romance de Tróia ou de Enéias, em certas traduções de Tito Lívio ou de Valério Máximo, nas miniaturas, os heróis antigos eram cavaleiros e as deusas eram grandes senhoras vestidas à moda de Carlos VI ou de Carlos VII. Os humanistas, pelo contrario esforçaram-se – sem sempre o conseguir, é verdade - por encontrar uma Antigüidade mais autêntica. Os primeiros, a começar por Petrarca, foram, pois, principalmente, pesquisadores e colecionadores de manuscritos que encontraram as obras de Tácito, cartas de Cícero, peças de Plauto.
A restituição da dignidade, a uma escala nunca vista, às três grandes literaturas antigas (grega, romana e hebraica) foi, pois, uma realidade na época do renascimento. A este respeito o humanismo e a imprensa estiveram lado a lado, apesar de a imprensa ter, nessa altura, difundido um número considerável de obras que não refletiam a nova cultura"
.
... "A Antigüidade como fonte de Inspiração
O interesse dos artistas pelas esculturas e monumentos da antiguidade foi aumentando durante os séculos do renascimento. Naturalmente, manifestou-se na Itália mais cedo que nos outros países. Inspirando-se na Antigüidade, procurando captar a realidade do mundo físico, os pintores aperfeiçoaram a técnica da perspectiva.
O corpo humano era exaltado na escultura e na pintura, orgulhosos do seu trabalho individual os artistas passaram a assinar suas obras abandonando o tom humilde e o anonimato medieval.
Dentre outros podemos destacar: Niccoló Pisano (1260) inspirou-se num sarcófago conservado no campo santo da cidade e que representava Fedra e Hipólito. Brunelleschi (1401) dá ao condutor de asnos do sacrifício de Abrão a postura do rapaz a tirar um espinho helenístico. Jacopo Della Quércia ao esculpir o túmulo de Ilaria Del Caretto, pôs sob a jazente, de linha ainda medieval, uma base ornada de putti ligados por grinaldas: uma inovação sem precedentes. Bernardo Roselino, [1444] ao erguer em Santa Croce de Florença o monumento funerário do humanista Leonardo Bruni, Platão, Mestre de Alberti, isto é no apogeu do renascimento inspirador da mais variadas manifestações artísticas. Sugere o ritmo e a forma das cúpulas e das igrejas de planta central".