quinta-feira, 28 de junho de 2007

a realidade da imagem é inventada, não passa de ficção. O que é então o real, senão literatura? O que é então literatura, se ela mata?

Quanta cultura e razão a gente não tem que ter pra entender o que esse cara (Godard) tá dizendo ... e ainda assim quebrando a cabeça a sensação é de que eu não chego nem perto. E com um pouquinho de pensamento aprendido é possível dizer: que até que o absurdo que ele diz acaba fazendo sentido

A força maior da sua mensagem não está no que sai da boca dos atores em forma de texto/palavra. Está na imagem que ele desloca do lugar comum a que estamos acostumados no cinema e no dia-a-dia. E na linguagem que ele cria do silêncio pela ausência de imagem, onde faz existir o tempo (ou nos faz perceber a passagem do tempo): do pensamento (da existência). Um filme inteiro passado no escuro pode ser um manifesto, não pode?
O abuso de imagens. Fica cansativo. Distrai. A câmera ligada em movimento. Deixa correr. Só grava, não importa o quê. Estamos na velocidade do bonde, do trem, do carro. Tudo passa, vai passando; enquanto a gente não pensa, é ao mesmo tempo uma estética! De um modo de mundo, de percepção, de moderno, em que a velocidade se torna um costume, um hábito, uma inércia.
Quando a palavra é usada me aventuro a desconfiar. Estou muito acostumada a acreditar no dito. Experimento não levar a sério, e muito do que é texto zomba. E na maioria das vezes que zomba dói mais do que quando fala sério. Tá me chamando de trouxa, e com razão.

A morte: o problema maior do homem moderno.

coisa de moral, de sentido de existir.
O fim ameaça, é inimigo. A morte apavora, mete medo,
vira arma na mão de poderosos, usurários da consciência do tempo.
É essa morte que vivo. Meu tempo
o tempo de quase todo o mundo
hoje
Mas, não foi assim em outros tempos, em outros povos,
em todos os lugares
há muito pouco tempo.
Antes.
a escatologia põe a fé em alta
os falsos profetas no topo
mira o fim
não mira a origem da desigualdade entre os homens

É preciso salvar o planeta antes que seja tarde demais

hipócritas? criminosos?
ou o que se faz em nome da consciência já perdeu a razão?
catador de lixo hoje é profissão digna