quinta-feira, 28 de junho de 2007

a realidade da imagem é inventada, não passa de ficção. O que é então o real, senão literatura? O que é então literatura, se ela mata?

Quanta cultura e razão a gente não tem que ter pra entender o que esse cara (Godard) tá dizendo ... e ainda assim quebrando a cabeça a sensação é de que eu não chego nem perto. E com um pouquinho de pensamento aprendido é possível dizer: que até que o absurdo que ele diz acaba fazendo sentido

A força maior da sua mensagem não está no que sai da boca dos atores em forma de texto/palavra. Está na imagem que ele desloca do lugar comum a que estamos acostumados no cinema e no dia-a-dia. E na linguagem que ele cria do silêncio pela ausência de imagem, onde faz existir o tempo (ou nos faz perceber a passagem do tempo): do pensamento (da existência). Um filme inteiro passado no escuro pode ser um manifesto, não pode?
O abuso de imagens. Fica cansativo. Distrai. A câmera ligada em movimento. Deixa correr. Só grava, não importa o quê. Estamos na velocidade do bonde, do trem, do carro. Tudo passa, vai passando; enquanto a gente não pensa, é ao mesmo tempo uma estética! De um modo de mundo, de percepção, de moderno, em que a velocidade se torna um costume, um hábito, uma inércia.
Quando a palavra é usada me aventuro a desconfiar. Estou muito acostumada a acreditar no dito. Experimento não levar a sério, e muito do que é texto zomba. E na maioria das vezes que zomba dói mais do que quando fala sério. Tá me chamando de trouxa, e com razão.

A morte: o problema maior do homem moderno.

coisa de moral, de sentido de existir.
O fim ameaça, é inimigo. A morte apavora, mete medo,
vira arma na mão de poderosos, usurários da consciência do tempo.
É essa morte que vivo. Meu tempo
o tempo de quase todo o mundo
hoje
Mas, não foi assim em outros tempos, em outros povos,
em todos os lugares
há muito pouco tempo.
Antes.
a escatologia põe a fé em alta
os falsos profetas no topo
mira o fim
não mira a origem da desigualdade entre os homens

É preciso salvar o planeta antes que seja tarde demais

hipócritas? criminosos?
ou o que se faz em nome da consciência já perdeu a razão?
catador de lixo hoje é profissão digna






GODARD: NOSSA MÚSICA

CAMPO/CONTRA-CAMPO

a câmera foca em primeiro plano, à contra-luz, o palestrante de costas. No contra-campo, desfocada, está a platéia. A penumbra encobre o rosto do palestrante, só seus cabelos desgrenhados são iluminados. A platéia não tem rosto. Massa anônima, sem pensamento.
Modelo palco-platéia. Emburrecimento da platéia por quem ocupa o lugar da palavra.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

... que desenhos, arquiteturas ... retratos, objetos, monstros, colagens, imagens, representações, cópias, sombras, reproduções, invenções, real ...

VIAGEM


de que viagem estou falando?

POR QUE RESTOS? RASTROS? LIXO? FOLHAS ... PAPÉIS ... ESCRITOS ... SONHOS ... LEMBRANÇAS ... GOZO
a boca dessa mulher me diz tudo. O corpo sem pecado não tira o êxtase da morte. Os tipos de amor ... a virgem
dor e gozo. O santo só goza na dor

CADA UM TEM UM JEITO DE SE PROCURAR

ESBOÇOS EX-VOTOS






Os olhos “espelho da alma”: leonardo da vinci
As sobrancelhas: melhor revelam as paixoes da alma, le brun
Os retratos
- na grécia ( “modelo” – não tinha fidelidade ao real. Retratos em estatuária se colocava nas casas de famílias para lembrar e reverenciar os antepassados sumérios (?))
- roma (famílias patrícias em retratos funerários; moedas, estátuas e camafeus de
estadistas;
- egito (el fayum – alma reconhece morto no retrato da máscara mortuária e figuras antropomórficas)
De qualquer forma o retrato está ligada à memória.
Tem ainda o que eram as moedas antes nas sociedades primitivas. Ou seja, as conchas, âmbar, braceletes, etc. Não era o retrato da pessoa, mas remetia a uma identidade do grupo (hierarquia e dominação – poder; ditava as regras da vida social – potlach, mana, - relação de troca simbólica) – a relação com a memória/tradição e poder
Sociedade (tribal) x indivíduo (estado)
A questão da autoridade/poder-política (que não passa – até mesmo no estado – pelo valor de troca mercantil, mas sim por relações de parentesco, ligado claro a poder econômico, no caso do renascimento à uma burguesia em ascenção). E a questão da construção do indivíduo pela vertente do autoritarismo. A questão passa por esses simbolismos de poder. Figuras heróicas, lugares sagrados, soberanos, centrais, unitários ... um ideal de cidade (democrática/autoritária monárquica/autoritária oligárquica ...)
Moeda (em todos os seus tipos: moeda mesmo, bens de troca primitivos, filatelia –selos - com seus emblemas e estampas) + retratos (mortuários, comemorativos como estatuária, camafeus)
Estamos falando de SÍMBOLO, EMBLEMA, REPRESENTAÇÃO, ALMA/CORPO nos ritos funerários – PERSONALIDADE/VIRTUDE no culto aos antepassados, ou personalidades de famílias nobres ou estadistas vivos ou mortos
O rosto: as expressões da alma (le brun) – quatro personalidades básicas: colérica, fleumática, ...
2 antagonismos básicos: alegria x tristeza
Afeto
Espelho de príncipes – modelo moral de virtudes (prudência: destaca-se). Apóia-se num sistema anterior de retórica cristã da idade média que dividia alma x corpo numa viagem – paraíso, purgatório, inferno em busca de salvação eterna no outro mundo.
A glória – já é uma coisa desse mundo. Um gozo do reconhecimento do valor pessoal entre os pares enquanto vivo. A glória terrena vivida e celebrada pelos imperadores.
GLÓRIA – coisa dos florentinos cheios de escárnio e arrogância
Culto à personalidade: suas predileções pessoais pra provocar suas reminiscências no studiolo. Generalidades de um particular. Objetos de coleção particular gerais, mas classificados (naturais, científicos ou artísticos e exóticos do novo mundo)
Essa viagem interna hoje comigo como é possível? Meu diário. Um diário pessoal com minhas lembranças, meus objetos de sinestesia, meus objetos sensoriais. E que jardim ideal é o meu? Que utopia construo? Que lugares e frases para serem lembrados? Que sistema de memória? Arquitetônica? Hermética a la giordano bruno? Ou a la Lull?
O ex-voto é uma troca simbólica – tem o retrato ali, na fotografia, na escultura de rosto e de corpo inteiro como estátua, a mimese do corpo pra reconhecer nas partes do corpo com as chagas. Tem um sistema de retrato ali, de identidade, de negociação de poder de cura em invisibilidade. SISTEMAS DE CURA. Uma entidade religiosa (mágica), ausente, mas em ação pela crença, presentificação por objetos de troca, intermediários do recado a ser enviado e da graça a ser recebida. ATRAVÉS DOS OBJETOS ... MAGIA

OS RETRATOS DE EL FAYUM******

a máscara mortuária mais exata ou menos exata serve pra alma reconhecer o morto no outro mundo.

LOTTO

"Na imponente galeria de retratos seguidos, que é como se apresenta essa exposição, há outro expoente da escola veneziana, Lorenzo Lotto (1480-1556). Em suas obras, os retratados são melancólicos, em especial O Humanista, um homem a desenrolar um pergaminho. "Lotto procura pela pessoa, não pela personagem; mostra-nos ânsia e fraqueza, não a satisfação pelo poder alcançado, pelo status", define o curador. "Enquanto o poeta transfigura por meio da linguagem a essência psicológica da realidade, o pintor transfigura a sua essência visual; o sentir para o artista figurativo é o ver, e o seu estilo, isto é, a sua arte, se constrói inteiramente sobre os elementos líricos da sua visão", como já escreveu o grande crítico Roberto Longhi. Personagens míticos ou pessoas comuns, é pelo olho do pintor que eles se fazem a nossos olhos, ganham sentidos e simbolismos. Se no quadro de Lotto há melancolia no homem retratado, a Cleópatra de Guido Reni (1575-1642), um dos nomes da pintura bolonhesa, é uma mulher tão europeizada que em nada nos remete à personagem enraizada em nosso imaginário".

minha evocação

"Dante, poeta e peregrino, apresenta-nos o Inferno visto somente na memória. Estando no Inferno sem nunca ter ido, saindo dele sem nunca ter entrado, enuncia um duplo reflexo sem origem: a palavra que é uma imagem.A imagem evocada através da retórica da palavra é no Inferno, forma de representação daquele espaço e seus habitantes.Descrições da temperatura, odor, movimento, velocidade, luz e sombra, altitude e geografia se fundem aos elementos terrenos que nos cercam e que são nossa referência de leitor. Ao iniciar a leitura dos cerchi mais profundos, a dupla imagem torna-se imediata: a leitura impressa na retina necessita de uma duplicação do real, o leitor invocará sua paisagem mais desejada, adequada ao oposto do que lê. A evocação pode ser sobreposta, mas não anulada. Torna-se indispensável, pois se precisa da razão para continuar a peregrinação por um universo desarrazoado. O Inferno mostra sua face mais sedutora quando cola-se no universo denominado realidade para dele fazer a origem de suas imagens. Este inferno do qual falo não estará mais no subterrâneo se levarmos até ele as imagens que reconhecemos – subvertê-las-á em seu benefício, o da sobrevivência na memória, pois o Inferno é a morada da Fraude".
Quais são as minhas imagens infernais? As que invoco a partir da leitura do Inferno de Dante?

OLHAR SABER REPRESENTAR: ENSAIOS SOBRE A REPRESENTAÇÃO EM PERSPECTIVA (Cláudia Flores EDUCAÇÃO/UFSC)

BEATO ANTÔNIO DE MACEDO

A QUEIMA DE LIVROS
CAVALEIROS DO AMOR:
"Quem era afinal a Amada? Quem eram verdadeiramente a Beatriz de Dante, ou a Catarina de Camões, ou a Luzinda, ou a Laura, ou a Fiammetta?
Beatriz é a Beatificatrix, ou Beatrix, «aquela que torna feliz», ou que proporciona a verdadeira felicidade, ou seja, a beatitude, e Catarina é, naturalmente, a Cátara, isto é, a Pura, numa clara alusão a uma das mais importantes «beatitudes» (ou «Bem-aventuranças»): «Felizes os de coração puro, porque verão a Deus» (Mateus 5, 8). E precisaremos de explicar que Luzinda vem de luz, e Laura é o nome da folha, dedicada ao Apolo-Sol (Iaurus = loureiro), com que se coroavam os heróis e os poetas, e Fiammetta é a pequenina chama (pequenina mas poderosa) - a chama do puro Amor?
Esta Beatrix, ou esta Cátara, ou esta Luzinda, que os Fiéis do Amor adornavam com tais nomes aparentemente humanos para dissimular a perfeita Amada, era a Luz da Inspiração Divina, a Hagia Sophia, a Santa Sabedoria, cujo Templo assenta em sete pilares, ou sete colunas, como nos ensina o Livro dos Provérbios (9, 1-6)".

CIÊNCIA DA NUMISMÁTICA*****


moeda grega: "O gravador de cunho retratava os hábitos e costumes da nação, aspectos econômicos e políticos e crenças religiosas. Os "drachmas" de Atenas correram durante muitos séculos por todo o mundo então conhecido, generalizando, assim, o uso das moedas"
COLARES ou braceletes de conchas, pérolas, dentes, ossos ou plumas, fragmentos de pedra ou metal, peças de cerâmica ou tecidos, objetos de formas e materiais surpreendentes = moedas antigas
na etnografia, pré-história e arqueologia
objetos semelhantes podem ser adornos ou jóias. Tudo indica que tinham uso utilitário, sendo valiosos, também como moeda. A circulação de bens valiosos antecede a civilização mediterrânea, da América Central, Oriente Próximo ou do Extremo Oriente com função de pagamento e conta, sem contudo ser essencialmente econômica. Mas, de parentesco, aliança política, crença, cultos. Regula vida social: nascimento, luto, guerra, casamento (qdo tem relação com o sacrifício?). A relação escassez e valor já existia num certo nível.
(usar isso pra fazer as relações com o milagre e a investidura de poderes sobre o milagreiro, beato, etc e os objetos sagrados que comunicam esse poder na "cerimônia" de exposição de ex-votos nas salas de milagres).
Investigando: a troca simbólica; a fé; a magia.
Exs.: um wampun, objeto confeccionado com tiras de couro e pedaços de nacár,usado pelos índios da América do Norte em suas transações com os brancos nos séculos XVII e XVIII

Moeda da Melanésia constituída por uma longa tira de fibra ornada de plumas vermelhas, acrescida de conchas inteiras ou talhadas.
relações de câmbio: kula, no Pacífico ocidental, o bilaba e o malaki, na África Central, ou o potlatch, na costa noroeste da América do Norte - nas sociedades mais antigas, porém já bastantes hierarquizadas. Hierarquia e dominação.
TRABALHAR COM: âmbar; obsidiana; conchas
Sociedades posteriores como pagamento usavam: machados de pedra, barras de sal, cerâmica, cortiça. "O motor do desenvolvimento monetário ainda não era o mercado", que só veio com o desenvolvimento dos Estados.

TESE 2006 BELAS ARTES UFMG

três personagens através do território dos afetos.
transversais de inscrições contemporâneas

Giovanna Viana Martins
"Deleuze afirma que, para Spinoza87 , a distinção entre estes termos era fundamental.
Afeto seria, de acordo com o filósofo, todo modo de pensamento não representativo, como
o amor, a angústia, a esperança, enquanto que a afeição é um efeito, uma ação por contato
que um corpo produz sobre outro, misturando-os.
Para Spinoza, o que definiria os afetos seria uma espécie de variação melódica
contínua que nos aumenta ou diminui a força de existir, variação esta determinada pelas
idéias que formamos diante das coisas do mundo. A variação melódica, constituída pelo
afeto, determina, para ele, os dois pólos fundamentais das paixões: alegria e tristeza. Uma
aumenta nossa potência de agir, enquanto a outra a diminui".

"O que propuseram esses relatos, ao adentrar outros territórios, foi pensar as
manifestações artísticas, os trabalhos, como zonas de encontro, lugar onde se estabelecem relações
de duração. Refletir, também, sobre os espaços fluidos que se apresentam na contemporaneidade
e que permitem o aparecimento de cenários de comunidade, socialização e partilha nos quais
novas relações de identidade e afeto se constroem (ou buscam se realizar)".

CAP. PRIMEIRO HUMANISMO BIZANTINO (Rita de Cássia/Letras ufmg)

THE TRUFFE DIARIES

ticket de metrô, moeda de dinheiro mesmo, moeda de karaokê, moeda de casa de jogo, moeda de fliperama ... as máquinas de metrô que trocam moeda por bilhete, as cabines telefônicas que recebem moedas, as roletas de ônibus que recebem pagamento em ticket ou cartão ...

BILHETES, MOEDAS, ... EMBLEMAS

UM GABINETE DE CURIOSIDADES CINEMATOGRÁFICO E DE PROGRAMAS DE TV

AS IDADES, O TEMPO (Milton José) Unicamp

Giorgione - As três idades (os três filósofos)

sexta-feira, 22 de junho de 2007


SIMBOLOGIA DOS ANIMAIS NO RENASCIMENTO

"SI HAY UNA IDEA FASCINANTE y fecunda es aquella, heredada de la Edad Media, que ve el mundo y la naturaleza como un gran libro abierto por Dios ante los ojos de los hombres para que lo interpreten y conozcan su mensaje. Una y otra vez, los autores de emblemas, empresas y literatura moral en general nos recuerdan que más se aprende observando a los brutos que a los hombres, del mismo modo que más se aprende escuchando una fábula que un tratado teórico. Así la utilización de las imágenes y las alusiones a los animales se cargan de una densa simbología que hay que saber interpretar, de la cual los libros que editamos contienen todas las claves.
En estas obras encontraremos los puntos de referencia sobre las características, el comportamiento y las lecciones de los animales. Podremos ver la evolución del pensamiento animalístico, y perseguir las transformaciones de cualquiera de sus imágenes, desde los venerables tratados clásicos de Aristóteles, Plinio o Eliano, pasando por la enciclopedia medieval de Isidoro, el Physiologus atribuido a San Epifanio y la cristianización progresiva de los contenidos que lleva a cabo un Bochart, hasta las últimas manifestaciones contrarreformistas españolas como la de Ferrer de Valdecebro. Y, como en los otros CDs de Studiolum, podremos cotejar con facilidad las diferentes ediciones y analizar las variantes que aparecen en las diferentes lenguas".

NUMISMÁTICA RENASCENTISTA

"EL RENACIMIENTO ASISTE a una imparable afición a las medallas y a la numismática, vinculada al auge del coleccionismo y el amor a las antigüedades. Para poner orden en un corpus creciente de materiales se generó una literatura especializada, con algunas líneas básicas: manuales de coleccionismo, obras que aprovechaban monedas y medallas para reconstruir aspectos de la historia, y tratados que estudiaban el contenido simbólico de las piezas.
La medalla entraba en contacto con otros modos renacentistas y barrocos de representación, especialmente con la empresa: retrato, por una parte, y lema o divisa más una figura o escena simbólica, podían manifestar una voluntad cifrada de darse a conocer. Los motivos utilizados se tomaban de procedencias diferentes, hasta del mundo de los jeroglíficos. Y las medallas, a su vez, inspiraron muchos emblemas. Los tratados medallísticos y numismáticos que tanto proliferaron, contenían, así, completos catálogos de imágenes a disposición de cualquier artista.
Moneda y medalla están en el centro de la galaxia iconográfica renacentista y barroca, convirtiendo a este CD en un núcleo aglutinador de relaciones con los otros CDs de Studiolum. Los miles de imágenes y descripciones que contiene forman una verdadera colección virtual de medallas: prácticamente todas las conocidas por el hombre de la época, desde la temprana obra de Enea Vico hasta la tan influyente y espectacular del español Antonio Agustín, con sus ricas láminas de grabados, o el tardío tratado de Menestrier".

HIERÓGLIFOS NO RENASCIMENTO

"EL RENACIMIENTO AVIVA el interés por la sabiduría cifrada que se cree advertir en los jeroglíficos. La atracción por las misteriosas imágenes egipcias existía desde la Antigüedad y aún nos fascina, pero fue especialmente reactivada en Europa a fines del siglo XV. Toda la cultura simbólica del Renacimiento y Barroco confluye con esta renovada curiosidad humanista.
Punto de partida fueron los Hieroglyphica de Horapolo, que en 1505 publicaría Aldo Manuzio. El texto griego —venido del ámbito alejandrino, propicio a la fusión de elementos orientales— fue acogido con entusiasmo por Ficino y el neoplatonismo de Florencia. Los artistas fijaron su atención en aquellos símbolos y empezaron a verlos como motivos y fuentes de invención. Después, el éxito de Horapolo se reforzó con la edición comentada por Pierio Valeriano —con espectaculares grabados a partir de 1575— que dotó de un orden enciclopédico al material jeroglífico y lo usó para su análisis moral o teológico del mundo natural.
Solo Valeriano, tesoro de informaciones de procedencia muy variada, e infinitas veces citado durante nuestro Siglo de Oro, justificaría la existencia de este CD, pero contiene muchos más materiales: podrán compulsarse las fuentes antiguas de Plutarco o Jámblico, consultar los comentarios de Caussin y llegar a las interpretaciones barrocas, y finalmente disponer de la serie completa de jeroglíficos y pseudojeroglíficos conocidos en los siglos XVI y XVII. Como complemento, editamos la inaugural y enigmática obra de Francesco Colonna, Hypnerotomachia Poliphilii, tan próxima a este mundo".

REBUS




LIVRO DO GÊNESIS

"Masaccio's Expulsion of Adam and Eve from the Garden of Eden (1425) (figure 3) tells the story of the first shame experienced by a man and woman together, witnessed by an angel, but no human being. The audience for shame shrinks from a group, representing society, to a hidden pair of voyeurs, and finally, to God
(...) Images of the first sinners, Adam and Eve, likewise began to develop during this period, as less violent variations on the hand-to-face gesture appeared. On a portal at the cathedral of Autun, the figure of Eve, lying down after the Fall, holds her hand to her cheek in what can only be interpreted as a gesture of shame. ".
http://triplov.com/coloquio_06/amorim_da_costa/Enodato/sonhos.htm
CIÊNCIA UTOPIAS

UTOPIA COMO IDEOLOGIA

PAOLA GONZAGA: A MADONA DO COLO LONGO

http://homepage.mac.com/eeskenazi/yates.html
Apuntes sobre Giordano Bruno
& el arte de la memoria *
Frances A. Yates
Selección & notas de Enrique Eskenazi
"El núcleo mágico del platonismo ficiniano; la confusión establecida entre ideas, imágenes mágicas y hermetismo. En opinión de Mersenne, atribuir semejantes poderes a tales imágenes es sencillamente una locura... Mersenne es un pensador moderno; ha cruzado la línea divisoria y se encuentra del mismo lado que nosotros; creer en el poder de las imágenes mágicas le parece absolutamente demencial. Un dibujo de Mantegna, según él, tiene más valor que todas las imágenes juntas de los nigromantes. Y su condena a estas imágenes no proviene del temor sino de la opinión de que están privadas de todo sentido. Mersenne, que repudia por completo la astrología, detesta consecuentemente la magia astral, las milagrosas virtudes atribuidas a las plantas, piedras e imágenes y todo el aparato sobre el que se fundamenta la magia naturalis".
Notas(1) Para la relación entre el hermetismo y la "revolución copernicana", consultar el artículo de Darcy Woodall: "Una astrología hermética. Del Renacimiento al comienzo de la Edada Moderna" (volver)(2) Marsilio Ficino (1433-1499), filósofo, mago, traductor, sacerdote e ingenioso escritor, fundador de la Academia Florentina, fue el artífice del apogeo del neoplatonismo en el Renacimiento. (volver)(3) Giulio Camillo Delminio fue uno de los personajes más famosos del s. XVI por su construcción de un modelo de teatro de tamaño natural y su obra "Idea del Teatro" (publicada en Venecia 1550). Su teatro era de hecho una construcción para la memoria que representaba el orden de las verdades eternas y presentaba los diversos estadios de la creación, desde la Primera Causa hasta el hombre, pasando por el plano angélico y las esferas planetarias. (volver)(4) Nombre de una obra "mnemotécnico-mágica" de Giordano Bruno (volver)(5) Metrodoro de Escepsis, pensador griego que, de acuerdo a Quintiliano, basaba su arte de la memoria en el zodiaco, y "que profesaba el arte de repetir con fidelidad lo escuchado una sola vez", según escribió Jorge Luis Borges en su notable relato "Funes el memorioso" (volver)(6) Obra retórica/mnemotécnica que durante la Edad Media se atribuyó (falsamente) a Cicerón.(volver)(7) Obra de Giordano Bruno. (volver)(8) Colección de tratados gnósticos de los s.II-III d. C. Si bien el Asclepio fue ya conocido en Occidente durante la E. Media gracias a una traducción latina atribuida a Apuleyo, el Poimandres fue traducido del griego por M. Ficino, y tuvo a partir de entonces gran auge y difusión. (volver)(9) "gran milagro", expresión con la que se refiere al Hombre el Asclepio, y que fue retomada por Pico della Mirandola en su Tratado sobre la diginidad del hombre*Reflexiones tomadas de:Yates Frances A., El Arte de la Memoria (Madrid, Siruela, 2005)Yates Frances A., Giordano Bruno y la Tradición Hermética (Barcelona, Ariel, 1983) (*)

GIORDANO BRUNO: MARTÍRIO DE UM SÁBIO

Os Pensadores Renascentistas
Os Pensadores

Nicolau de Cusa
Bernardino Telésio
Giordano Bruno
Tomás Campanella

AS MIL FACES DO HERÓI NAS HQ's

IMAGENS DE SEDUÇÃO

Imagens de sedução na pedagogia.
“A sedução como estratégia profissional”*
Clermont Gauthier
Stéphane Martineau
"Desde o princípio do século V, ao apresentar os ensinamentos fundamentais para a
formação do bom cristão, Santo Agostinho percebeu a eficácia da linguagem e dos signos
não verbais no processo de transmissão da mensagem cristã. Em seu tratado De doctrina
christiana ele formulou as noções preliminares a respeito do símbolo e da interpretação
simbólica que viriam a ser aceitas no medievo. Estabeleceu a distinção fundamental entre
os signos (signa) e as coisas (res), os primeiros vindo a ser a referenciação da “coisa”,
mas, conferindo a esta “coisa” um certo sentido". Os primórdios da kinésia moderna.
(...)
"Entretanto, para melhor esclarecer a referida função simbólica convém destacar
algumas particularidades da comunicação não verbal. Os princípios metodológicos
aplicados por François Garnier ao estudo das imagens medievais revestem-se de particular
importância para o que pretendemos, uma vez que aquelas representações também
diziam respeito a gestos49. Porém, cumpre lembrar que, em nosso caso, não nos
deparamos nem com uma representação iconográfica do gesto, nem com o gesto em si,
mas apenas com o registro escrito de sinais gestuais. Portanto, para se aproximar do
movimento convencional do corpo, e de seu possível significado, deveremos realizar
operação inversa daquela efetuada pelos monges, quer dizer, deveremos decodificar o
escrito e reconstituir a imagem daquilo que, outrora, constituía um gesto, um sinal".
ABY WARBURG ENTRE A ARTE FLORENTINA DO
RETRATO E UM RETRATO DE FLORENÇA NA ÉPOCA
DE LORENZO DE MEDICI
Aby Warburg into florentine art portrait and the Florence
portrait in Lorenzo de’ Medici’s age
Cássio da Silva Fernandes*

O USO DO CORPO: PRODUÇÃO DE SABERES E HÁBITOS CORPORAIS (José Augusto) UNPB

A ARTE DA CONVERSAÇÃO NA PINTURA

"A conversação deu mesmo origem a um género pictórico muito apreciado, designado conversation piece. Trata-se de um retrato social ou familiar, em média ou pequena escala, em que as figuras surgem geralmente em corpo inteiro. O enquadramento é feito num plano médio, que, sem individualizar demasiado os retratados, lhes caracteriza o porte, a postura e a atenção mútua, através de olhares, sorrisos e pequenos gestos. Aquilo que sobressai é justamente a relação entre os indivíduos enquanto membros de um grupo, expressa pelo autodomínio das expressões faciais e corporais, numa interacção simultaneamente familiar e reservada. A escala destas conversações implica também uma proximidade maior entre o observador e o quadro, muito diferente da distância criada pelos retratos em escala real.
A conversation piece representa frequentemente um círculo familiar recebendo visitas, um círculo de amigos num clube ou num botequim, ou mesmo uma rapariga recebendo a visita de um pretendente. Estes círculos podiam ser mais ou menos alargados, por vezes com indivíduos de grupos sociais diferentes e gerações diferentes. Em geral os indivíduos representados estão a conversar, a ler, a tomar chá, a fumar, a ver alguém a tocar, a assistir a uma representação, etc. O interior doméstico em que as figuras do círculo familiar e doméstico convivem com visitas é um dos cenários privilegiados. O sorriso acolhedor do anfitrião ou anfitriã, por exemplo, é um dos elementos convencionais. Segundo David H. Solkin, a conversation piece seria a materialização pictórica da ideologia da conversação e reflectiria a ansiedade colectiva de uma sociedade comercializada"

A FILOSOFIA NAS ARTES

LINGUAGEM CORPORAL NA TURQUIA


gesto que significa que uma pessoa é homossexual

GESTOS E SEUS SIGNIFICADOS

Gestos
"As pistas que mais facilmente podem ser suprimidas quando mentimos são os gestos. Existem alguns tipos de gestos que merecem atenção:
1) Emblemas são sinais gestuais que, dentro de uma cultura, possuem um significado preciso, sendo usados em lugar de uma palavra ou quando não se pode falar. Os emblemas aparecem cortados e/ou incompletos quando a pessoa mente, surgindo, geralmente, fora da região de apresentação (entre pescoço e quadris). Como exemplos de emblemas, na cultura ocidental, temos o levantar os ombros em sinal de interrogação ou incerteza e o balançar a cabeça em sinal de “sim” ou “não”. Pessoas mentindo levantam sutilmente um dos ombros antes de responder a algumas perguntas, promovendo, desta forma, um sinal de mentira (Ekman,1985). Em resumo, pode-se dizer que os sinais emblemáticos aparecem, deixando escapar informações ocultas, fora da região de apresentação, quando mentimos.
2) Ilustradores são gestos diretamente ligados à fala. Os ilustradores servem apenas para enfatizar ou ilustrar o discurso.Os estudos sobre mentira indicam que há uma tendência das pessoas usarem menos ilustradores quando falseiam uma informação. Na mentira, os ilustradores aparecem fora de sincronia com o discurso. Por exemplo, ao enumerarmos tópicos ilustrando com os dedos (um, dois, três, quatro, etc) estes aparecem atrasados em relação à contagem verbal.
3) Manipuladores ou Adaptadores: Os manipuladores ou adaptadores são gestos que não estão diretamente relacionados à fala. Caracterizam-se como movimentos de auto-manipulação, como coçar o nariz, passar a mão no cabelo, esfregar o queixo, etc. A freqüência de manipuladores aumenta quando a pessoa está tensa e ansiosa (não necessariamente quando está mentindo). Entretanto, como muitas pessoas sentem-se tensas e ansiosas quando estão mentindo, estes gestos podem aparecer nestas ocasiões, em função de um maior “desconforto psicológico”".
DA QUEDA PARA O ALTO:
VÍCIOS E VIRTUDE EM UMA MINIATURA ROMÂNICA
Profa. Dra. Maria Cristina Correia Leandro PEREIRA
Departamento de Teoria da Arte e Música
Centro de Artes – UFES

LIVROS DE EMBLEMAS ESPANHÓIS

OS EMBLEMAS DE ALCIATO

http://www.ces.arts.gla.ac.uk/html/research.htm

"El emblema surgió cuando Andrea Alciato, jurisconsulto italiano, practicando un ejercicio propio de humanistas (traducción, imitación) compuso, inspirándose en la Antología griega, 99 epigramas latinos, a cada uno de los cuales puso un título. Dedicó la obra al duque Maximiliano Sforza y la fortuna quiso que, a través del consejero imperial Peutinger, la obra llegara a manos del impresor Steyner quien, con visión comercial, consideró lo apropiado que sería añadir una ilustración a cada epigrama. La tarea se encomendó al grabador Breuil y el libro salió publicado en 1531 en Augsburg con el título de Emblematum liber. La obra tuvo un enorme éxito (ha alcanzado más de 175 ediciones) y pronto fue imitada por otros, así como comentada. Esta recepción se explica porque el librito recogía sabiamente algo que estaba entre las aspiraciones de algunos círculos de la Europa del momento: la creación de un lenguaje universal, a base de imágenes, a imitación de los jeroglíficos egipcios, pero explicadas con textos, bajo la pretensión de transmitir reglas de conducta de utilidad para el género humano".

REGISTRO

A ESTAMPA RELIGIOSA

O QUE NIETZSCHE TEM A DIZER SOBRE OS SANTOS?

ascese não passa de um orgulho por trás das virtudes cristãs que revela uma vontade de ter poder
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Taí: as biografias de santos - humanistas - imperadores - reis (literatura biográfica)
efígies emblemas de personalidades e famílias florentinas nobres (os Gonzaga)
a questão do poder
a corrente do hermetismo (Giordano Bruno, franciscanos - os neoplatônicos)

quinta-feira, 21 de junho de 2007

OS HOMENS SANTOS

SIGNO SÍMBOLO SIGNIFICANTE SIGNIFICADO: A MORAL DAS CORES

http://paineis.org/C10a.htm

"A tese que procuraremos enunciar passa pela compreensão de que os painéis não são nem um simples retrato de família e de veneração de um santo, nem um poço de numerologias e cabalismos. Parecem ser uma charada intencional, velha de cinco séculos, destinada a ser decifrada por quem estiver de posse das chaves necessárias. Essas chaves encontram-se na história do séc. XV português, na codificação simbólica característica da pintura flamenga coeva, e no simples exame racional dos múltiplos elementos aparentemente absurdos que cobrem os seis painéis de uma ponta a outra, unificando-os sem margem para dúvidas, em oposição aos restantes painéis atribuídos a Nuno Gonçalves (a «Coluna», a «Aspa», e os quatro Santos), que parecem distinguir-se apenas pela mais completa simplicidade e ausência de elaboração simbólica".

OS SANTOS SÓ GOZAM NA DOR

SOBRE A SANTA NUDEZ


"São Cristóvão é o protetor dos motoristas e dos viajantes. Viveu provavelmente na Síria e sofreu o martírio no século III. "Cristóvão"significa "Aquele que carrega Cristo" ou "porta-Cristo". Seu culto remonta ao século V. De acordo com uma lenda, Cristóvão era um gigante com mania de grandezas. ele supunha que o rei a quem ele servia era o maior do mundo. Veio a saber, então, que o maior rei do mundo era Satanás. Colocou-se pois, a serviço deste. Informando-se melhor, descobriu que o maior rei do mundo era Nosso Senhor. Um ermitão mostrou-lhe que a bondade era a coisa mais agradável ao Senhor. São Cristóvão resolveu trocar a sua mania de grandeza pelo serviço aos semelhantes. Valendo-se da imensa força de que era dotado, pôs-se a baldear pessoas, vadeando o rio. Uma noite, entretanto, um menino pediu-lhe que o transportasse à outra margem do rio. À medida que vadeava o rio, o menino pesava cada vez mais às suas costas, como se fosse o pedo do mundo inteiro. Diante de seu espanto, o menino lhe disse: "Tiveste às costas mais que o mundo inteiro. Transportasse o Criador de todas as coisas. Sou Jesus, aquele a quem serves"".




Viveu em 251 DC e é o patrono dos viajantes e é um dos "Quatorze Santos Ajudantes" que apareceram para Santa Joana D’Arc. Um mártir, São Cristóvão chamado Kester morreu em Lycia, na Ásia Menor (atualmente Turquia). Diz a tradição que ele era um homem muito forte que ajudava as pessoas a cruzarem o rio. Um dia um menino pediu para ajudá-lo e São Cristóvão colocou-o nos ombros e começou a atravessar o rio. A cada passo a criança ficava mais pesada e São Cristóvão se esforçava ao máximo para salvar o menino. São Cristóvão disse a criança que estava muito difícil e que parecia estar carregando o mundo! E a criança respondeu:" Não fique surpreso! Você está carregando o mundo, você carrega o criador do mundo nos ombros! O menino era Jesus!Por isso São Cristóvão é invocado por todos antes de fazerem uma jornada. Raramente se vê um táxi ou ônibus sem a medalhinha de São Cristóvão em alguns lugar do painel".



* São Cristóvão, que saiu incólume da fornalha e sarou imediatamente das flechas com que o atravessaram. Por fim alcançou o martírio sendo decapitado à espada (É muito típica este respeito divino à intervenção direta do homem).
saints and their emblens
H. Gunther, se preocupa em descobrir supostas origens pagãs para as práticas de devoção a ele, na Idade Média.

NAS ORIGENS DO HUMANISMO OCIDENTAL: OS TRATADOS FILOSÓFICOS CICERONIANOS

FAMÍLIA FRANCISCANA NO BRASIL


"Até os inícios do século XX pode-se dizer que a vida de Clara era conhecida somente através de biografias cheias de devoção, baseadas sobre a sua Legenda, ora atribuída a São Boaventura ora a Tomás de Celano. Mas vamos elencar alguns momentos que alavancaram o conhecimento da nossa Mãe fundadora"
1) (pintura renascentista e literatura do realismo e do romantismo – o nascimento do indivíduo)

Retrato e biografia:
Biografia dos santos – legenda aurea – virtudes x pecados – o castigo dado à falta moral do santo. Como ele morre, por que dor e de que ele é chamado a curar (força-magia de mal e de bem, de cura ou doença, de sorte ou mau agouro. O puro e o impuro de Bataille e a feitiçaria de Lévi-Strauss). Esse foi um ensinamento retórico passado (por Santo Inácio ou Agostinho?) pelo livro – os exempla. O retrato do santo, sua personalidade. Vou fazer sobre São Cristóvão.
Biografia dos imperadores
Biografia dos humanistas (nobreza italiana, francesa e inglesa)
X
Etnografia: AS RELÍQUIAS ex-votos (esculturas e fotografia – linguagem e significado simbólico/imagem-genealogia e significado simbólico: partes do corpo como oferenda pra comunicar/trocar fé por destino entre deus e devoto - presença maior da cabeça ligada à alma – não se trata aqui de uma lembrança/memória, mas de uma mimese. Uso parecido que identifica a alma do morto com a máscara mortuária é no Egito, para achar o caminho além morte no mundo do hades; a escultura grega nas residências reverenciava um antepassado sumério, e assim como nas esculturas buscavam o modelo e não a fidedignidade dos traços da pessoa real; a escultura romana homenageava uma liderança, tendo a preocupação com o naturalismo, tirando os detalhes defeituosos)
A QUESTÃO DA SALVAÇÃO (UTOPIA DE SANTO AGOSTINHO/DANTE)
Personalidade e as expressões do rosto nos emblemas/inscrições
Indivíduo/pessoa/autoridade/poder/realismo e romantismo
Savater/lombroso/le brun/decartes/
2) Literatura utópica
Jardins
3) arte da memória

a imagem
a representação
corpo/cabeça/emoções/alma – simbologia do corte da cabeça
ícone: como representar o que não pode ser representado?
Disfarce da divindade sob a forma de animais : a pomba simbolizando o espírito santo
Religião: os-ex votos (objetos artísticos)

Retrato, máscara mortuária, escultura (busto), pintura, numismática, selo, camafeu, retrato de família (fotografia)
O objeto de culto
O objeto de arte

A lição de anatomia de Andreas Vesalius e a ciência moderna

Eduardo Henrique Peiruque Kickhöfel
Andreas Vesalius de Bruxelas
De Humani corporis fabrica, Epitome, Tabulae sex
Organização: J. B. de C. M. Saunders e Charles D. O’Malley
Tradução: Pedro C. P. Lemos e Maria C. V. Carnevale
Ateliê Editorial/Ed. Unicamp/Imprensa Oficial SP, 268 págs
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A IDÉIA DO CAVALHEIRO RENASCENTISTA

"Tal como é pouco rigoroso analisar o Renascimento em termos de um contraste simples e claro com a Idade Média, como fizeram Michelet e Burckhardt, ele também não deve ser tomado como um todo uniforme. Ao período do humanismo cívico sucedeu o domínio dos Médicis em Florença. Nos contactos feitos com eruditos orientais, quando o Conselho de Florença procurava reconciliar as igrejas do Ocidente e do Oriente, num último esforço para afastar a ameaça dos turcos, Cosimo de Médicis sentiu-se atraído pela figura de Platão. Daí resultaram o seu mecenato em relação a Marsílio Ficino e o nascimento da Academia Platónica. Ficino tornou-se discípulo de Platão, defendendo o neoplatonismo.
Talvez por coincidência, mas de forma adequada a uma corte, o ideal contemplativo voltou, mais uma vez, a substituir o activo. Este ideal foi alargado a toda a Europa através de um livro que espelhava a mais nobre das cortes italianas, a de Urbino: O Livro do Cortesão, de Baldassar Castiglione. Publicada em 1528 (ou seja, após o saque de Roma de 1527), esta obra contém uma visão nostálgica dos princípios civilizacionais cultivados em Urbino, no tempo de Federigo da Montefeltro, num dos mais belos palácios principescos. Além de expor à Europa, nas suas conclusões, as ideias do neoplatonismo, mais do que o estatuto do cortesão definia o ideal do cavalheiro. Nenhum outro livro deste tipo conseguiu concentrar tão bem os ideais do Renascimento italiano".

L’Archivio di Stato a Padova

fantasia
http://www.ocaiw.com/catalog/?lang=en&catalog=&author=523&name=Andrea+Mantegna


Storia dell’incisione del disegno e della grafica
Marzia Faietti

I disegni a penna di Andrea Mantegna e le incisioni di e da Mantegna.
Tecniche di simulazione della natura


"Andrea Mantegna introduziu seus famosos manuscritos em Pádua. Feliciano de Verona, compilou uma coleção de textos a Mantegna".





Humanista riguroso, dejó su huella en el libro de las dos maneras características del Renacimiento: a través de las soberbias ilustraciones de uno de los primeros y mejores grabadores y a través de la elaboración de un tratado sobre la construcción de letras".




O MANUSCRITO VOYNICH

"ilustraciones de mujeres desnudas, plantas y constelaciones. Los vegetales que muestran no existen en la naturaleza, y la mayoría de los diagramas astronómicos son también desconocidos".
(...) "En la misma línea, Rugg opina que su sistema de analizar problemas complejos que requieren del conocimiento de especialistas en varios campos (en el caso del manuscrito, por ejemplo: lingüistas, historiadores, criptógrafos, medievalistas y filólogos) puede ayudar a aproximarse a otros misterios aún no resueltos que significan la diferencia entre la vida y la muerte para muchas personas. Las causas de enfermedades como el Mal de Alzheimer caen de lleno dentro de esta categoría de problemas científicos, y Rugg cree que su análisis de “zonas grises” puede ayudar a la ciencia a responder preguntas que en apariencia no tienen solución".

Voynich era um comerciante de livros raros para colecionadores que tinha entre seu acervo obras ilustradas a mão de Mantegna e Giotto ...

A MONTAGEM DO FILME COMO PRODUTORA DE SENTIDO a la combinações opostas formando um conceito como numa linguagem hieróglifa

ver p. 71

quarta-feira, 20 de junho de 2007

EGIPTOLOGIAS E ELEFANTES: capítulo do blog COCANHA que nos conta o romance de Polifilio

uma gravura que está no romance





gravuras com mistérios e escrita hieroglífica + rebus comuns nas cortes renascentistas viraram charadas populares publicadas antigamente em jornais ao lado de palavras cruzadas.





a decifração dessas gravuras fica uma coisa erudita. Acessível apenas aos intelectuais e príncipes (usadas em suas empresas), assim como ilustram emblemas e incorporam a tradição hermética alquímica.





O que eu vejo aqui é uma interpretação laica e não religiosa do neoplatonismo de que faz parte Marcilio Ficino. Atenção para a forma. São poucos que conhecem seu significado. São poucos os iniciados.
(Curiosidade: "Na época do Renascimento, muitos pensadores e filósofos, como Marcílio Ficino e Giordano Bruno, sentiam-se atraídos pelo seu mistério, pela escrita hermética que se acreditava provir de lá e pelos seus indecifráveis hieróglifos (tidos por muito como alfabeto de Deus). Nada disso desejava Napoleão. Nem mistérios, nem catar almas danadas vagando pelas tumbas ilustres, nem tentar desvendar segredos insolúveis. Isso era coisa para hierofantes e para místicos. Orientou seus sábios para que tudo o que fosse encontrado nas areias e nas tumbas do Egito fosse arrolado, estudado e classificado segundo os últimos recursos da ciência. Fugia-se da superstição e do ocultismo. Acreditavam os cientistas que aquilo que não se sabia no momento seguramente seria revelado no futuro. A Razão é paciente e perseverante").

Escrita simbólica de Mantegna a Durher. Esforço de artistas e intelectuais para decifrar essa genealogia de hieróglifos. Criaram também suas própria composições em forma de enigmas.


ápice desse gosto pela escrita de enigmas: a novela de Polifilio. Novela de amor e arquitetura, de Francisco de Colonna.


"todo o humano é apenas sonho" e "recorda coisas digníssimas". Cada capítulo inicia com uma letra capital, a soma de cada uma no início de cada capítulo dá uma FRASE EM LATIM.


Polifilio é o herói do romance e é amante da beleza, representando-a como uma virtude e uma forma de conhecimento.





A BELEZA (AMOR)


Nossa! Que trágico tem essa história: o garoto Políbio conquista a amada Polia nos prazeres carnais, mas descobre que no final das contas foi tudo um sonho. Ela já tinha morrido, ele descobre! Que tétrico! Banho de água fria!
Isso é bem um pesadelo mesmo delirante!

No sonho passam arquiteturas fabulosas (jardins, ruínas com estátuas cheios de hieróglifos que vão dando pistas para matar a charada do "sentido metafórico daquele corpo arquitetônico e erótico-amoroso"). Ou seja todas aquelas imagens oníricas são metáforas pra uma verdade mais profunda que se deve desvendar pelos hieróglifos.


AMOR MUNDI




LIBIDO AEDIFICANDI




encaminham para um "corpo humanista" de realização e não contemplação (como os medievos).




As gravuras desse romance foram parar na decoração de arquiteturas e textos




SALA CAPITULAR DO CONVENTO DE SÃO PAULO DE PARMA




CLAUSTRO DE SANTA JUSTINA EM PÁDUA




CLAUSTRO DA UNIVERSIDADE DE SALAMANCA




OS ELEFANTES

gravura do romance é uma charada alegórica de caráter político (efeitos da concórdia x discórdia)
Para dar forma a uma máxima (texto clássico) que fala dessa relação entre discórdia e concórdia, Colonna recorreu a uma fábula de Mercúrio, tomando assim o caduceu como símbolo pacificador da contenda entre duas serpentes.
Comparadas a gravura de Colonna (um rebus) com o medalhão de Salamanca vê-se que os lados do caduceu são antagonizados pelos elementos água e fogo.
parte inferior: gigantes elefantes de costas (razão x poder - discórdia) se transformam em formigas
parte superior: elefantes de frente (concórdia) se transformam de formigas em elefantes gigantes

ver no blog o outro exemplo do elefante.

HÁHÁ HÁHÁ HÁHÁHÁ HÁHÁ HÁH'HÁ

O ESTADO ITALIANO E O INDIVÍDUO

BURKHARDT, Jacob. A Cultura do Renascimento na Itália. São Paulo: Cia das Letras.1991

riqueza humana representada na literatura e na arte com seus defeitos e virtudes, individualismo, retrato, personalidade facetada: biografia é marcada por diletantismos - "homens enciclopédicos".

GLÓRIA MODERNA

"Fora da Itália, as diferentes camadas sociais viviam cada uma por si, com suas respectivas noções de honra remanescentes das castas medievais. A gloria literária dos trovadores e Minnesänger, por exemplo, restringe-se ao interior da cavalaria. Na Itália, ao contrario, a igualdade das camadas sociais precede o surgimento dos tiranos ou da democracia.
A gloria moderna, deu-se principalmente através dos trabalhos de Dante, Mussato, Petrarca que foi responsável pela “Carta a Posteridade”.
Ligados ao culto da casa onde nasceram as celebridades encontram-se também seus túmulos, para as cidades tornou-se questão de honra possuir os ossos de celebridades nativas e estrangeiras ao contrario da Antiguidade, onde só eram famosas as residências de santos como São Francisco, por exemplo. Ao longo desses templos locais da fama para cuja ornamentação convergem ao mito, a lenda, o renome conferido pela literatura e a admiração popular. Esse novo elemento relativamente moderno passa a receber, pouco a pouco um tratamento cada vez mais enfático, os historiadores começam a inserir descrições de caráter em suas obras, dando origem a coletâneas de biografias dedicadas a seus contemporâneos famosos".

Itália = escola de injúrias presente na literatura (cantigas da poesia provençal, novelas, sonetos imitando os lamentos de amor de Petrarca - isso estava como que para as paródias dos gregos).
Florença = mercado da fama
Personagem mestre nesse escárnio é Aretino, de Roma.


O edifício e a tradição. A república intergeracional
Gustavo Pimenta de Pádua Zolini
Tatiana Harue Dinnouti
ARQUITETURA/UFMG

http://html.rincondelvago.com/renacimiento_22.html *****
http://html.rincondelvago.com/pintura-renacentista-italiana.html *****
e-Art Magazine (pintura profana se apropria da religiosa): http://www.eartmagazine.com/readart.asp?f=&id=1681&cat=16&language=ita

A MITOLOGIA CLÁSSICA NO HUMANISMO DO RENASCIMENTO PORTUGUÊS

RENASCIMENTO E ANTIGUIDADE: ROSTOS E PAISAGENS

"O abandono dos idealismos levou os artistas a observar a realidade quotidiana, o interesse pelo homem, seu corpo, sua face, mesmo sendo feia. Descobriram a paisagem e mostraram interesse pelos detalhes. Aspecto essencial do renascimento que se difundia por todo o continente europeu. Assim, o século XV reintegra, mesmo nas obras religiosas, o mundo dos homens, com suas misérias e as suas deformidades e fealdades. Era sensível a diversidades das faces humanas; descobriu-se nelas um tema inesgotável para a arte, então ao retratar o homem do dia a dia e a si mesmo, estudando os modelos, mostrando seus defeitos, suas imperfeições, não os retratando como algo belo e angelical, sendo o renascimento um movimento de regresso ao homem. Os artistas do século XV foram grandes humanistas e autênticos produtores da cultura nova.
As paisagens também se destacavam em seus detalhes minuciosos. Um exemplo disto é o Políptico do Cordeiro Místico, uma paisagem arejada e clara que pode parecer artificial, mas os botânicos já identificaram nela mais de cinqüenta espécies de flores e plantas. Juntamente com esta curiosidade científica, aprofundaram-se os estudos de iluminação. Assim, as pesquisas transformaram a arte européia entre os séculos XIV e XVII".

HISTÓRIA DA LITERATURA

HUMANISMO - escola literária
a prosa humanista

LITERATURA LATINA NO RENASCIMENTO: UM CONTINENTE PERDIDO

"Cuando en Europa el latín supervivía fragmentada y disparmente en los documentos de médicos, burócratas, abogados y clérigos, los humanistas del Renacimiento se propusieron revivir las mejores tradiciones literarias del latín clásico, al que dieron una nueva vida. Con ese pulido y refinado lenguaje, quienes conformaron este movimiento intelectual, desde el Mediterráneo hasta el norte de Europa, sentaron las bases de muchas de las prácticas académicas e intelectuales que conocemos hoy. En la siguiente reseña, Anthony Grafton reseña algunas obras renacentistas publicadas por la Serie I Tatt: "Dispersos en bibliotecas y librerías, asignados en clase y recomendados en conversaciones, por generaciones estos volúmenes infectarán a los lectores con el sentido histórico y el cinismo político, el escepticismo y el idealismo, y el indeclinable amor por el latín de los humanistas del Renacimiento"".

Humanismo
Contexto Histórico
A crônica de Fernão Lopes
Poesia palaciana
O teatro de Gil Vicente

"Um melhor reconhecimento dos textos antigos:
É verdade que a Antigüidade nunca fora totalmente esquecida, mas tinha sido transformada. As monjas liam Ovídio, mas um Ovídio moralizado. No romance de Tróia ou de Enéias, em certas traduções de Tito Lívio ou de Valério Máximo, nas miniaturas, os heróis antigos eram cavaleiros e as deusas eram grandes senhoras vestidas à moda de Carlos VI ou de Carlos VII. Os humanistas, pelo contrario esforçaram-se – sem sempre o conseguir, é verdade - por encontrar uma Antigüidade mais autêntica. Os primeiros, a começar por Petrarca, foram, pois, principalmente, pesquisadores e colecionadores de manuscritos que encontraram as obras de Tácito, cartas de Cícero, peças de Plauto.
A restituição da dignidade, a uma escala nunca vista, às três grandes literaturas antigas (grega, romana e hebraica) foi, pois, uma realidade na época do renascimento. A este respeito o humanismo e a imprensa estiveram lado a lado, apesar de a imprensa ter, nessa altura, difundido um número considerável de obras que não refletiam a nova cultura"
.
... "A Antigüidade como fonte de Inspiração
O interesse dos artistas pelas esculturas e monumentos da antiguidade foi aumentando durante os séculos do renascimento. Naturalmente, manifestou-se na Itália mais cedo que nos outros países. Inspirando-se na Antigüidade, procurando captar a realidade do mundo físico, os pintores aperfeiçoaram a técnica da perspectiva.
O corpo humano era exaltado na escultura e na pintura, orgulhosos do seu trabalho individual os artistas passaram a assinar suas obras abandonando o tom humilde e o anonimato medieval.
Dentre outros podemos destacar: Niccoló Pisano (1260) inspirou-se num sarcófago conservado no campo santo da cidade e que representava Fedra e Hipólito. Brunelleschi (1401) dá ao condutor de asnos do sacrifício de Abrão a postura do rapaz a tirar um espinho helenístico. Jacopo Della Quércia ao esculpir o túmulo de Ilaria Del Caretto, pôs sob a jazente, de linha ainda medieval, uma base ornada de putti ligados por grinaldas: uma inovação sem precedentes. Bernardo Roselino, [1444] ao erguer em Santa Croce de Florença o monumento funerário do humanista Leonardo Bruni, Platão, Mestre de Alberti, isto é no apogeu do renascimento inspirador da mais variadas manifestações artísticas. Sugere o ritmo e a forma das cúpulas e das igrejas de planta central".

UNIVERSIDADE DE COIMBRA

A LITERATURA E A IDÉIA DO MUNDO IDEAL (José Eduardo Reis - Un. Trás-os-Montes)

As leituras e a recepção do De Re Aedificatoria de Leon Battista Alberti

manuscrito do Re Aedificatoria (Alberti não o ilustrou)

"De acordo com Kanerva (1998) Alberti utiliza exempla, isto é, figuras exemplares para serem imitadas como modelos, na forma da retórica clássica Ciceroníana, para aumentarem o efeito persuasivo dos relatos ou para reforçarem uma convicção sugerida pelo autor. Os relatos de origem Albertianos não são excepção, o exempla é a natureza humana - a diversidade dos edifícios deve-se à diversidade dos humanos".


Sobre o título escolhido por Alberti: "A ideia de que, no quattrocento italiano, ao construir de forma notável, um cidadão não só mostra a sua riqueza como também contribui para a dignificação da sua cidade, não está distante do segundo conceito de edificar, no sentido de induzir à virtude, à dignidade, ao aperfeiçoamento moral". ... "traduzir De Re Aedificatoria por Da Edificação e não por Da Arquitectura".




DELINEAMENTO


"O termo delineamento evoca, assim e apesar da polissemia que apresenta, a representação por meio de linhas ou traços do objecto que se constrói bem como dos mecanismos de concepção que lhes estão associados (parece que está implícito aqui que o esboço é uma etapa concreta de suma importância para o que vai se tornar a obra acabada. É ele que delinea a obra final, que leva até ela. Dái que seguir seus passos é fundamental pra entender como viajou a mente do arquiteto no processo de construção de seu projeto. É como se se dissesse que sem aqueles passos "rascunhos" a obra não se realizaria ao final, tal qual se finalizou). As inter-relações recíprocas entre “o que vejo, o que traço e o que construo” caracterizam o que Schön (1985) entende por “reflexão em acção” para designar, em oposição a um corpo estático de conhecimento, o processo contínuo e dinâmico de aquisição de saberes pela prática de projecto em arquitectura, que se assume como auto-correctiva e em sintonia com um quadro de referência disciplinar relativamente estável. Este entendimento já está presente em Alberti, principalmente pela maneira como coloca o processamento da dimensão temporal na elaboração do projecto e a que Choay (op. cit., Cap. 2) designou, apropriadamente, “le désir et le temps”.




ARTES LIBERAIS X ARTES MECÂNICAS


"A demarche Albertiana é de promover o arquitecto como um praticante das artes liberais - que praticam uma coisa mental - e não das mecânicas - que elaboram uma coisa material - que tinham, na idade média, um lugar subalterno". Pelo que entendi Alberti recusa essa separação.




(?) Primeiro entendi que Alberti põe a arquitetura como pertencente às artes liberais, a cujo âmbito corresponderiam as Artes do Desenho, que estariam, por sua vez, na base das Belas Artes. Mas, depois tem explícito no texto que " demarche Albertiana é de promover o arquitecto como um praticante das artes liberais - que praticam uma coisa mental - e não das mecânicas - que elaboram uma coisa material" e que "No entanto (a arquitetura), ao deixar de ser uma das artes mechanica para passar a ser, não uma arte liberal, mas uma das arti del disegno ..."[5] ... Aí fiquei confusa!




"“Quanto a mim, proclamarei que é arquitecto aquele que, com um método seguro e perfeito, saiba não apenas projectar em teoria, mas também realizar na prática todas as obras que, mediante a deslocação dos pesos e a reunião e conjunção dos corpos, se adaptam da forma mais bela às mais importantes necessidades do homem”" (Alberti)




"A ausência de imagens no texto de Alberti não possibilitou a reprodução generalizada das obras da antiguidade clássica como ocorreu, posteriormente, com os Quatro Libri di Architettura de Andrea Palladio e permitiu, de algum modo, a padronização das ordens arquitectónicas na medida em que dissociou, ao contrário do que ocorreu com o texto de Vitrúvio, a utilização destes sistemas de ordenamento face a tipologias arquitectónicas específicas".


Para o perfis das molduras: C L S - sugere combinar essas letras de diferentes maneiras (como uma representação simplificada de formas desenhadas): platibanda, óvalos, coroamentos, etc.(mas essa sugestão de Alberti não é a regra)


L’architettura (De Re Aedificatoria) di Leon Battista Alberti tradotta in lingua fiorentina da Cosimo Bartoli. Tradução com ilustração em 1550, em Florença.

Em 1486, a publicação anterior sem desenho com o advento da imprensa.
edição ilustrada da Re Aedificatoria de Alberti - cosimo bartoli, 1550.
Olha só a versatilidade do rapaz! Era músico auto-didata, e fazia composições que agradavam. Por um probleminha de memória com as palavras aos 24 anos resolveu se voltar pra matemática e pra física. Pintava e modelava, bem. E ainda era escritor, com destaque nessa habilidade ao falar da sua obra em arquitetura. Escrevia de tudo: prosa latina, novelas, literatura de gênero, elegias, éclogas, discursos jocosos. Foi considerado um profundo conhecedor da fisionomia humana capaz de profetizar o destino das famílias nobres de Florença e dos papas. É comparável a Leonardo da Vinci, como tendo sido um aprendiz daquele mestre.

CONGRESSO INTERNACIONAL JARDINS DO MUNDO 2007

"«A palavra “Jardim” não tem tradução nas línguas africanas nativas. É um conceito estranho à sua visão do Mundo.»
Buscou-se "novas perspectivas sobre o Jardim, enquanto conceito, elemento social, literário, científico ou até metafísico". ... "«Estamos a estudar o jardim na perspectiva da Biologia, da Arquitectura, da História, da Simbologia, da Iconografia, da Engenharia, da Teologia, etc.»

PARAÍSO PERDIDO (Luís Fernando Ferreira Sá) Letras/UFMG

VIAGEM E TURISMO CULTURAL (Sandra Maria Pereira do Sacramento)

ENTRE AULAS E IMAGENS: UM PERCURSO DE VIAGEM (Giovana Scareli/Unicamp)

NÃO POSSO ESQUECER DO QUE QUERO APAGAR

fechar com cortinas, cobrir com panos, cobertores, apagar com borracha, rabiscos, queimar, marcar com cera derretida, manchar com tinta, velar com fumaça, martelar, causar terremoto e fazer virar escombros ...

ARTE DA MEMÓRIA: fácil de entender agora! ufa!

http://www.eesc.usp.br/nomads/eventos/flash/FLASH_res_renata.doc "... as três principais fontes da Arte da Memória (3 textos latinos) que foram base para todos os desdobramentos posteriores dessa arte: o livro anônimo Ad Herennium, o tratado De Oratore de Cícero e o Instituto Oratório de Quintiliano, focalizando a questão da memorização relacionada aos espaços, tal qual é apresentada por Quintiliano. Com a desintegração do Império Romano do Ocidente, no século V (476 d.C.), que marca o início da Idade Média, temos a abordagem da Arte da Memória pautada pela influência da escolástica. Nesse período a Arte da memória está relacionada à arquitetura através de Modelos Mentais, como o Inferno de Dante e ainda Modelos Concretos, como as Catedrais Góticas".
... "mais do que imaginar ambientes, imaginar lugares para a mente, os teóricos da Ars memorativa acreditavam que era necessária a construção desses espaços. A partir das colocações de Frances Yates, afirmando que a Arte da Memória no período Renascentista ‘abre’ com o Teatro da Memória de Giulio Camillo e ‘fecha’ com o Teatro de Robert Fludd". Esses são os dois MODELOS CONSTRUÍDOS nos sistemas mnemônicos do Renascimento, entre os séculos XIV e XV, em que a arte da memória parte do hermetismo que tem grande influência nesse período.

A arte da memória na contemporaneidade enquanto processo: MODELOS HÍBRIDOS (= modelos mentais + construídos). Elaborado, em geral, por arquitetos e artistas digitais.
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http://www.cpdoc.fgv.br/revista/arq/53.pdf
"A história da arte da memória
A arte da memória foi inventada pelos gregos. Atravessou a antiguidade clássica como parte da
retórica, sobrevíveu parcialmente ao desmantelamento do sistema educacional latino e refugiou-se
nas ordens dominicana e franciscana durante a Idade Média. No Renascimento foi aos poucos
abandonada pelos estudiosos humanistas, mas floresceu e ampliou suas ambições sob as influências
herméticas. Com a chegada do século XVII transformou-se de novo, participando ativamente no
crescimento do novo metodo científico.
A história da arte da memória é contada no livro de Frances A. Yates The art of memory, um
trabalho único, erudito e brilhante, que teve origem na tentativa da autora de entender os sistemas de
Giordano Bruno
(ver seu livro anterior Giordano Bruno and the hermetic tradition). Ela faz uma resenha de toda
tradição de memória, mostrando o papel básico desta arte no desenvolvimento das idéias na Europa".


Simônides de Ceos foi o fundador da arte da memória. Episódio do banquete com o nobre Scopas, na Tessália.

sua técnica consistia na criação de lugares em ordem e a colocação de imagens fortes nos lugares criados. É a memória artificial. Talvez várias regras já fossem conhecidas antes por bardos e contadores de histórias. Assim como a arte da memória pré-Simônides pode ter tido origens em Pitágoras e fontes egípcias.

Os textos gregos da arte da memória em si não nos chegaram ao conhecimento. Foram os FILÓSOFOS que deixaram comentários sobre a arte da memória.
metáfora da memória (PLATÃO E ARISTÓTELES): tábua de cera. Nela se escrevia e imprimia coisas.

ARISTÓTELES:
arte da memória se atrelava à sua teoria do conhecimento. Não era possível APRENDER sem o uso de pelo menos um dos sentidos, e a visão dominava sobre os demais. Até o raciocínio especulativo depende de imagens. Aristóteles dizia que o conhecimento partia da experiência. Foi fundamental para o desenvolvimento escolástico da arte da memória. A tradição retórica da memórica, a que pertence a escolástica, se vincula a ele.

PLATÃO:
Existem idéias inatas ou latentes. E aí a memória era mais necessária. Não podia ser uma simples mnemotécnica, mas tinha que ser uma memória artificial com base na realidade, a fim de criar modelos ideais de realidade = "realidades ideais". Foi fundamental para as formas da arte no Renascimento.

PRINCÍPIOS GERAIS DA ARTE DA MEMÓRIA segundo Quintiliano (a arte da memória sobreviveu como parte da arte da retórica até bem pouco tempo):
obs.: meu trabalho: construir um lugar assim da memória
- construir na memória uma série de lugares (lugares mnemônicos). O tipo mais comum é o da arquitetura. Prédios - templos ou palácios. Criar dentro desses lugares espaços como salas e corredores, tanto mais espaçoso e variado melhor. E decorar esses espaços com objetos diversos decorativos e estátuas. Depois de construído o lugar com seus espaços e decoração de interior, a estratégia pra se decorar aquelas palavras e idéias do discurso que se quer decorar é associá-las a imagens fortes que são postas imaginariamente nos espaços memorizados dentro daquele lugar. Pra lembrar o que foi armazenado (os dados/fatos) é só visitar os lugares e seus espaços um por um e recolher a imagem que foi posta ali (deixou de ser um bicho de sete cabeças!).
O orador era aquele construía esses "quartos" de memória na sua cabeça pra lembrar do discurso a ser feito. Ele faz um trajeto com as imagens e palavras/idéia principais que ele tem que percorrer para discursar.
ATENÇÃO: as imagens têm que ser FORTES o bastante para serem lembradas (aí entra o grotesco, pode ser) e ORDENADAS (por números? letras? sinais?).

o lugar de memória também pode ser: um mapa da cidade (com praças, monumentos, ruas, etc.); o trajeto de uma viagem assinalando todas as suas paradas; construções abstratas como um sistema celestial de lugares (modelo criado por Metrodorus de Scepsis); Agostinho "salvou" o que sobrou do sistema educacional clássico
fundamentado nas sete artes liberais - gramática, retórica, dialética, aritmética, geometria, música,
astronomia - quando os oradores entraram em baixa com a idade média e a memória se transferiu da retória para a ética. Os dominicanos (Alberto Magno e Tomás de Aquino) estudam a memória, que é parte da virtude Cardeal Prudência (a qual implica além da memória, inteligência e previdência). Se cria então uma memória artificial que serve pra lembrar os prazeres (céu), promessas de salvação (purgatório) e tormentos (inferno) da alma. Símbolos disso são as obras de Giotto (pintura espiritual) e a Divina Comédia de Dante (sistema). Formaram o imaginário da Idade Média. Recorrer a essa memória passa a ser DEVER MORAL E RELIGIOSO. Não é a toa que eu sempre duvidei de tudo desde pequena!; Ramon Lull cria uma arte da memória da vertente franciscana (ordem mendicante), e é um neoplatônico que não sucumbiu à escolástica em alta do seu tempo, portanto sem origem na tradição retórica (forte nos dominicanos). Suas "dignitates dei" (nomes divinos) está para as "realidades ideais" de Platão. Não está ligado a uma verdade espiritual que reveste as coisas em sua experiência incorporada, mas sim a uma causa primeira, um a priori. Substitui as letras por nomes divinos e através de círculos concêntricos possibilita as mais diversas combinações, a partir de uma "lógica natural" tirada da realidade. Juntou aos nomes divinos o misticismo da cabala judaica em voga na Espanha, e jogou isso tudo na arte da memória, de modo a fazer da arte um instrumento de investigação para uma verdade em que é preciso conhecer as regras da arte.
Sua memória artifical é então uma memorização das regras da própria arte; "Giordano Bruno inventou uma memória mágica altamente sistematizada e complexa, um tipo de alquimia da imaginação, onde as imagens dos decanatos do zodíaco se combinavam nas casas com as imagens dos planetas. Como em toda magia, ele assume a existência de leis e forças ocultas regendo o universo. Esta perpespectiva de um universo animista, descrito magicamente por leis mágico-mecânicas, preparou a visão futura do universo descrito matematicamente pelas leis da física".
Erasmo: recomendava o estudo cuidadoso e a repetição. Ainda que não descartasse que a arte da memória na Idade Média pudesse melhorar com lugares e imagens.

A arte da memória perde força entre os humanistas a partir da difusão da imprensa. Mas, na tradição hermético-cabalística de Pico de la Mirandola ela se transforma com Giulio Camillo, no seu teatro da memória, e depois no sistema mágico de Giordano Bruno.
O SISTEMA DE CAMILLO:
era clássico e hermético. Consistia num teatro de madeira onde se colocava dentro tudo que se queria sobre o mundo e a natureza das coisas. Qualquer pessoa podia falar sobre qualquer assunto.
O SISTEMA GIORDANO BRUNO (MEMÓRIA MÁGICA OU ALQUIMIA DA IMAGINAÇÃO)
Fez a síntese da tradição retórica (pois era ex-dominicano) com a tradição hermética-cabalística de Lull (franciscano). Juntou movimentos circulares com combinações de letras.
combinação nas casas: imagens dos decanatos do zodíaco + imagens dos planetas
ROBERT FLUDD:
"rosacruzes". Último bastião do hermetismo renascentista.
Teatro Globo de Shakespeare: um teatro oculto (ocultismo)
NOVA ERA assimilou inesperadamente a arte da memória através de Fludd e outros pensadores de outras áreas como Francis Bacon, Liebniz e Descartes - com esses a arte da memória de Simônides sofreu um grande boom de transformação, e sobreviveu não mais como um "método" de memorização de todo o conhecimento, mas como uma "ferramenta" de investigação (enciclopédica e do mundo) para produzir novos conhecimentos, e assim impulsionar o método científico.
BACON:
Bacon vislumbrou a arte da memória adaptada e atualizada para estudos comparativos nas pesquisas de ciências naturais. Ordem e arranjo tomaram o rumo de uma forma de classificação desses novos conhecimentos naturais. Um método de classificação.
DESCARTES x LULL:
descrê no método de Lull
visa uma nova ciência pra resolver todos os problemas relacionados a quantidade. Lull se baseia na realidade pra criar um método ou arte universal geométrico (a) pra resolver todos os problemas (qualidade)
O uso qualitativo e simbólico dos números vai pras cucuias com Descartes.
LIEBNIZ:
junta arte da memória + lullismo
Na DISSERTATIO DE ARTE COMBINATÓRIA dá sua interpretação do lullismo = lógica natural; e agrega a matematização da arte
***** (PARA USAR NO MEU TRABALHO): Nova methodus discendae docendaeque jurisprudentia. Na linha do Ad Herenius e Aristóteles sugere o uso de imagens "as mais NATURAIS possíveis, pra representar coisas" (DESENHOS ESQUEMÁTICOS, FIGURAS GEOMÉTRICAS como se fossem um alfabeto (vou criar minha própria ordem de formas e significados. Ex. um triângulo = cavalo, e isso tem uma correspondência de sentido num sistema maior total).
Hieróglifos egípcios e ideogramas chineses funcionam como imagem pra ele.
Criou o cálculo infinitesimal (quantitativo). Seu foco era a MATEMÁTICA: uma matemática universal, em que o pensar fosse substituído pelo calcular. Pelo que entendi é como se todo pensamento pudesse ser representado por uma fórmula. Com esse recurso generalizante da matemática a filosofia e a metafísica poderiam se tornar tão argumentativas quanto a geometria e a análise.
MÉTODOS ARTIFICIAIS DE MEMÓRIA EM OUTRAS CIVILIZAÇÕES:
I CHING
LEI DOS CINCO ELEMENTOS (MEDICINA TRADICIONAL CHINESA - lógica natural - classifica a realidade por meio de uma lógica de relações destruição-geração dos elementos)
...
"Questões filosóficas colocam esta ciência na linha cultural levantada pelo trabalho de Yates".
Posso entender isso como sendo por exemplo a construção de cenários para o futuro? A fim de modificar o comportamento dos homens no presente? Uma espécie de previsão previdente? A construção de uma memória do futuro para fins previdentes?