sexta-feira, 30 de março de 2007

Andréia Cristina Lopes Frazão da Silva/ufrj

HOMEPAGE PESSOAL
UFRJ PESQUISA VIDA DOS SANTOS E BEATOS *****
PROGRAMA DE ESTUDOS MEDIEVAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA COMPARADA 2007
http://br.groups.yahoo.com/group/PEM_projeto/message/86

"“Esse conjunto de informações pode gerar uma série enorme de monografias, dissertações de mestrado e teses de doutorado e servirá de material de consulta para outras áreas, como estudos em História da Arte, Teologia e Literatura”, explica Frazão".

Estudo do IFCS ressalta santos que fugiam aos padrões hegemônicos da Igreja

"“Nós buscamos analisar as tendências ligadas às santidades, mas ressaltando as particularidades, para mostrar o que elas revelam sobre os conflitos presentes na Igreja e na sociedade. Também estamos procurando lançar questões novas, usando os textos religiosos para analisar temas como as percepções sobre o corpo, a sexualidade e o tempo e as construções de gênero, entre outras vertentes ainda não exploradas”, explica Frazão".

Hagiografia
"Os textos hagiográficos não só apresentam diferenças formais, como também incorporam concepções diferenciadas de santidade. Vauchez, um dos mais importantes estudiosos europeus sobre a RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE medievais, demonstrou como no decorrer da Idade Média foram se transformando os ideais de espiritualidade e, por extensão, as concepções de santidade e a própria hagiografia.
Baños Vallejo, seguindo a perspectiva literária e o método histórico-descritivo-comparativo (LITERATURA E HISTÓRIA), concluiu que existiu um gênero hagiográfico na Idade Média e que este se distinguia não pela forma dos textos, mas por seu conteúdo. Para este autor, seriam traços comuns dos textos hagiográficos medievais a apresentação de três elementos fundamentais: as ações realizadas em vida pelo santo e que retratam o seu desejo pela santidade, a morte vista como processo de aperfeiçoamento e, finalmente, os milagres post-mortem, como sinal do êxito e comprovação da santidade desejada pelo santo. Faz-se importante também ressaltar que os textos hagiográficos não eram considerados textos canônicos ou teológicos, mas obras com caráter festivo, que objetivavam comemorar a vitória do santo contra o mal, o diabo e a morte. É por isto que as hagiografias eram lidas nas festas, nos refeitórios monásticos, nas escolas e em locais públicos, como praças.
Muitos autores consideram a hagiografia como um tipo específico de texto literário, próximo à ficção, e não um texto de história. Como assinala Carbonell, "... o próprio facto de tal literatura ser designada pelo termo, tornado pejorativo entre os historiadores, de hagiografia, pode fazer crer que já não se trata de história". Porém, como assinala Leclerq, os homens da Idade Média, ao escreverem sobre santos, acreditavam estar fazendo História".


A obra de Gonzalo de Berceo (poemas)
" O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir como gonzalo de Berceo, poeta e clérigo secular castelhano, que viveu na primeira metade do século XIII, retratou Santiago em suas obras. Esta questão ganha especial relevância face ao fato que este autor produziu seus poemas para estimular as peregrinações a um centro rival a Compostela: o mosteiro de San Millán de la Cogolla".



Gênero e descrições corporais na hagiografia mediterrânica no século XIII - um estudo comparativo
"... visão hegemônica no Ocidente medieval sobre os sexos. Como o trabalho de Thomas Laqueur demonstrou,[4] os intelectuais medievais consideravam que homens e mulheres eram duas variedades de um mesmo sexo. Tinham a mesma genitália, só que a dos homens ficava fora do corpo e a das mulheres dentro. E isto acontecia porque homens e mulheres eram classificados não como espécies diferentes, mas “conforme seu grau de perfeição metafísica, seu calor vital, ao longo de um eixo cuja causa final era masculina”.[5] Ou seja, os corpos dos homens eram considerados o padrão ideal e as mulheres vistas como produtos incompletos, a meio caminho da perfeição.
As questões levantadas a partir da leitura o trabalho de Marcos-Marin foram integradas a uma pesquisa mais ampla, intitulada Santidade e Gênero na hagiografia mediterrânica do século XIII: um estudo comparativo, em desenvolvimento com o apoio financeiro do CNPq. Nosso principal objetivo nesta investigação é analisar as obras redigidas por dois contemporâneos: a Vida de Santo Domingo de Silos (VSD) e Vida de Santa Oria (VSO)de Gonzalo de Berceo, e Vida I (1Cel), Vida II (2 Cel) e Legenda de Santa Clara (LSC) de Tomás de Celano, relacionando-as com o espaço de produção dessas obras, a formação intelectual e a inserção na Igreja de seus autores e os discursos de gênero, à luz dos seguintes aspectos: as mudanças nas concepções de santidade verificadas entre os séculos XII – XIIII no Ocidente; a propagação, no século XIII, do projeto de sociedade idealizado pela Igreja sob a liderança papal; o crescimento da vida religiosa feminina; a sistematização do pensamento misógino eclesiástico ocidental neste mesmo período".

Como morrem os santos
"O presente trabalho, portanto, busca estudar como Gonzalo de Berceo, ao narrar o falecimento dos santos que biografa, introduz o gênero à significação da morte. Interessa-nos analisar e explicar a construção que este poeta elabora do feminino e do masculino face à morte, apontando para a historicidade e as inconstâncias desta representação. Não estamos preocupados em reconstruir como e porque os santos morreram, mas os sentidos atribuídos pelo poeta medieval à estas mortes".


Reflexões sobre o uso da categoria gênero nos estudos de História Medieval no
Brasil (1990-2003)

O corpo dos pecados: as representações femininas nos reinos ibéricos.
Textos de História. Brasília, v.9, n.1/2, p.13 - 30, 2001; Outros olhares sobre a jograria
ibérica urbana. História Revista. Goiânia, v.5, n.1/2, p.71 - 88, 2000; Práticas mágicas nos
reinos ibéricos medievais. Estudos de História. Franca- SP, v.6, n. 2, p.11 - 22, 1999.


Memória e prática sacramental (ou memória do sacramento)
"O objetivo deste artigo é reconstruir a memória[6] e as práticas sacramentais,[7] resultantes da elaboração teológica, instituídas e observadas em La Rioja, região localizada no Reino de Castela e subordinada ao bispado de Calahorra, na primeira metade do século XIII, discutindo como estas funcionaram como estratégias para o controle social e fortalecimento da autoridade eclesial, através dos indícios encontrados nos cânones sinodais calagurritanos, texto de caráter normativo, e das vidas de santos redigidas por Gonzalo de Berceo, obras hagiográficas de caráter festivo, propagandista e pedagógico".

Hagiografia e História: um estudo comparativo sobre a santidade
"São objetivos desse projeto: 1- organizar bancos de dados contendo informações sobre os indivíduos considerados santos/beatos e sobre as hagiografias produzidas nas Penínsulas ibérica e itálica entre os séculos XI ao XIII; 2- elaborar uma tipologia das hagiografias produzidas e dos indivíduos considerados santos durante os séculos XI e XIII, nas Penínsulas ibérica e itálica; 3- , discutir o caráter didático e propagador das hagiografias; 4- comparar os textos das hagiografias inventariadas e o perfil dos indivíduos considerados santos com as normalizações eclesiásticas; 5- identificar e analisar, nas hagiografias em estudo e no banco de dados sobre as pessoas consideradas veneráveis, traços de crenças e práticas da religiosidade nos cultos aos santos que se difundiram nas Penínsulas Ibérica e Itálica dos séculos XI ao XIII; 6- relacionar a produção hagiográfica selecionada para análise com os programas de estudo e as preocupações dos centros intelectuais hispanos e italianos dos séculos XI ao XIII; 7- identificar e analisar os Discursos de Gênero presentes nos textos hagiográficos inventariados e através do perfil das pessoas consideradas santas; 8- comparar o fenômeno da santidade nas penínsulas ibérica e itálica, e 9-propiciar a formação de pesquisadores no campo da hagiografia, em especial a referente ao Ocidente Mediterrânico na Idade Média Central."

Leila Rodrigues da Silva
Conteúdo Programático:
Unidade I: As Fontes Medievais: Uma Discussão Conceitual e Análise Tipológica
Unidade II: Uma Crônica: A Crônica de Idácio
Unidade ÏII: Uma História: Historia Gothorum de Isidoro de Sevilha
Unidade IV: Uma Ata Conciliar: O III Concílio de Toledo
Unidade V: Um Espelho de Príncipes: De Formula Vitae Honestae de Martinho de Braga
Unidade VI: Uma Hagiografia: Vida e Milagres de São Bento de Gregório Magno
Unidade VII: Uma Regra Monástica: A Regra dos Monges de Frutuoso de Braga
Unidade VIII: Um Sermão: Sermo de Cesário de Arles

Nenhum comentário: