sábado, 28 de abril de 2007

Desenho 24 Horas

Aquilo pra mim foi uma aula de diluição
para os meus cristais
começei a diluir
aula de açúcar

mais ou menos as coisas podem ser como a gente quer
desde que a gente queira
e tudo passa
e tudo é junto
é impuro e melodioso
por mais que soem desacordes
é um estar livre

é um ser

é um permitir, repente
é um acontecimento

divinação
there is nóthing predictable

(F.)


Marcel Duchamp deu um xeque-mate na arte há quase cem anos. Desde então ela ficou paralisada, prisioneira, dependente de uma solução que teria que passar pela desconstrução do impasse que criou. Duchamp encurralou o conceito de arte da época ao convencer seu auditório, que tudo era arte, desde que alguém assim o quisesse, desde que o artista apusesse em qualquer objeto, modificado ou não, sua assinatura. No instante em que, atónitos, seus interlocutores e, depois, as gerações vindouras, caíram neste jogo, a arte, como o Rei, ficou imobilizada, pois se tudo é arte, nada é arte”
Affonso Romano de Sant'Anna





Countess de Castiglione andPierre-Louis Pierson. Scherzo di Follia, 1863-66

quadros mecânicos - Nelson Brissac

"O século XIX foi pródigo em artefatos maravilhosos – instalações de cenários, caixas de olhar, autômatos – capazes de reproduzir a abrangência de um olhar panorâmico sobre o mundo. Engenhos óticos e mecânicos – cujos exemplares mais simples eram encontrados nas feiras"

"Embora o objetivo seja a ilusão de profundidade, o dispositivo é superficial. Enquanto a perspectiva implica um espaço homogêneo e potencialmente mensurável, o estereoscópio revela um campo agregado de elementos disjuntos. Os olhos atravessam a imagem, vendo-a na sua tridimensionalidade. Mas apenas apreendem áreas separadas. Uma acumulação de diferenças, uma colagem de diversos relevos. O mesmo mundo não-comunicante que produziu a cenografia barroca ou as vistas urbanas de Canaletto. Uma justaposição de primeiro plano e fundo, perto e longínquo, passado e presente".

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