"Espelho, do latim, speculu: reprodução fiel da imagem, representação,
reflexo. Em seu sentido figurado, um modelo, exemplo a ser seguido, imitado. Deriva do verbo depoente latino speculor, cuja primeira acepção é observar. Essas palavras, por sua vez, derivam da raiz indo-européia scop. Por exemplo, o termo
episcopos significa "aquele que olha sobre, vela" (SOUZA, 1999). Mas como os pensadores da Idade Média entendiam esta
alegoria? A tradição veterotestamentária traz a
idéia do Espelho como um lugar que o homem, ou melhor, os reis, podem vislumbrar a ação de Deus. No Livro da Sabedoria, obra que se insere na tradição literária parenética que este artigo trata, encontra-se uma passagem em que o autor se vale desta metáfora reino terrestre-reino celeste:
A Sabedoria é mais móvel que qualquer movimento (...) Ela é um aflúvio do poder de Deus, uma emanação puríssima da gloria do Onipotente, pelo que nada de impuro nela se introduz. Pois ela é um
reflexo da luz eterna, um espelho nítido da atividade de Deus e uma imagem de sua bondade (Sb, 7, 24-26)"
ver conceitos nas seguintes tradições:
- veterotestamentária
- literária panerética (livro da Sabedoria)
- deuterocanônica
- filosófica (de Platão a Plotino)
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