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A IDÉIA DO CAVALHEIRO RENASCENTISTA
"Tal como é pouco rigoroso analisar o Renascimento em termos de um contraste simples e claro com a Idade Média, como fizeram Michelet e Burckhardt, ele também não deve ser tomado como um todo uniforme. Ao período do humanismo cívico sucedeu o domínio dos Médicis em Florença. Nos contactos feitos com eruditos orientais, quando o Conselho de Florença procurava reconciliar as igrejas do Ocidente e do Oriente, num último esforço para afastar a ameaça dos turcos, Cosimo de Médicis sentiu-se atraído pela figura de Platão. Daí resultaram o seu mecenato em relação a Marsílio Ficino e o nascimento da Academia Platónica. Ficino tornou-se discípulo de Platão, defendendo o neoplatonismo.
Talvez por coincidência, mas de forma adequada a uma corte, o ideal contemplativo voltou, mais uma vez, a substituir o activo. Este ideal foi alargado a toda a Europa através de um livro que espelhava a mais nobre das cortes italianas, a de Urbino: O Livro do Cortesão, de Baldassar Castiglione. Publicada em 1528 (ou seja, após o saque de Roma de 1527), esta obra contém uma visão nostálgica dos princípios civilizacionais cultivados em Urbino, no tempo de Federigo da Montefeltro, num dos mais belos palácios principescos. Além de expor à Europa, nas suas conclusões, as ideias do neoplatonismo, mais do que o estatuto do cortesão definia o ideal do cavalheiro. Nenhum outro livro deste tipo conseguiu concentrar tão bem os ideais do Renascimento italiano".
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