"Na Itália do século XVI, a biografia se tornou um componente ainda mais
importante da paisagem cultural. Hoje em dia, muitas pessoas se lembram
principalmente das vidas de artistas escritas por Vasari, mas os contemporâneos
provavelmente preferiam as biografias de soldados e sultães escritas por Giovio,
seguidas das mulheres retratadas por Betussi, que atualizaram Boccaccio ao incluir
(entre outras) Isabella d’Este e Margarida de Navarra. As biografias individuais escritas
nesse período incluem as de Corsi sobre Ficino (1505), de Maquiavel sobre Castruccio
Castracani (1520), de Sansovino sobre Boccaccio (1546), de Giovio sobre Leão X
(1548), de Condivi sobre Miguel Ângelo (1553) e de Pigna sobre Ariosto (1554). A essa
altura, no entanto, o gênero biográfico estava crescendo rapidamente também fora da
Itália".
(...) "Montaigne também enfatizou a afirmação de Plutarco de que gestos
aparentemente banais oferecem pistas sobre a personalidade (Tout mouvement nous
descouvre). “Júlio César costumava coçar a cabeca com o dedo, o que é o gesto de
um homem oprimido por pensamentos dolorosos; e Cícero, penso, tinha o cacoete de
enrugar o nariz, o que é sinal de uma natureza debochada” (livro 2, cap. 17). Não é
difícil explicar por que essas idéias foram tão atraentes para os autores teatrais
renascentistas. Jodelle fez uso de Plutarco para o Marco Antônio de sua peça
Cleopatre (1559), tal como Shakespeare no seu Antônio e Cleópatra".
importante da paisagem cultural. Hoje em dia, muitas pessoas se lembram
principalmente das vidas de artistas escritas por Vasari, mas os contemporâneos
provavelmente preferiam as biografias de soldados e sultães escritas por Giovio,
seguidas das mulheres retratadas por Betussi, que atualizaram Boccaccio ao incluir
(entre outras) Isabella d’Este e Margarida de Navarra. As biografias individuais escritas
nesse período incluem as de Corsi sobre Ficino (1505), de Maquiavel sobre Castruccio
Castracani (1520), de Sansovino sobre Boccaccio (1546), de Giovio sobre Leão X
(1548), de Condivi sobre Miguel Ângelo (1553) e de Pigna sobre Ariosto (1554). A essa
altura, no entanto, o gênero biográfico estava crescendo rapidamente também fora da
Itália".
(...) "Montaigne também enfatizou a afirmação de Plutarco de que gestos
aparentemente banais oferecem pistas sobre a personalidade (Tout mouvement nous
descouvre). “Júlio César costumava coçar a cabeca com o dedo, o que é o gesto de
um homem oprimido por pensamentos dolorosos; e Cícero, penso, tinha o cacoete de
enrugar o nariz, o que é sinal de uma natureza debochada” (livro 2, cap. 17). Não é
difícil explicar por que essas idéias foram tão atraentes para os autores teatrais
renascentistas. Jodelle fez uso de Plutarco para o Marco Antônio de sua peça
Cleopatre (1559), tal como Shakespeare no seu Antônio e Cleópatra".
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