sexta-feira, 25 de maio de 2007

Casa da Flor


"Um museu em cujas paredes grudam-se milhares de imagens dispostas num contínuo floral. Um rendez-vouz alucinante de fragmentos: telhas de barro, pratos, garrafas, conchas, ossos, pedaço de vidro, espelhos, azulejos, lajotas, cerâmicas, conchas, mexilhões, ralos de chão... Em meio à festa de objetos surgem até flores feitas de argamassa, características das ornamentações das casas antigas, remetendo um pouco às flores de glacê dos bolos de festas".
"(...) Se no Palácio Ideal o tema do sexo se faz presente mais explicitamente, na Casa da Flor os motivos estão mascarados sob o tema floral.
Diante do requintado trabalho de Cheval, a casa de Gabriel pode parecer mais desleixada, mais naïf, mas, ao mesmo tempo, essa despreocupação lhe confere um estatuto de obra típica moderna, contendo os mesmos princípios compositivos vanguardistas desenvolvidos por Jujol. Refiro-me mais precisamente à sua intervenção na casa Torredellas, que em meio à cobertura feita de cacos de azulejo, coloca irreverentemente um prato fundo e uma jarra de vinho catalã. Gabriel ia nas casas ricas, observava tudo e fazia igualzinho na sua.Copiava com o que tinha à mão, com o que podia fazer, e a recriação era mil vezes mais bela que a beleza das casas da realeza".
"O seminário procurou expor algumas construções nacionais familiares ao tema, como “A Casa da Flor”, apresentado pela professora Amélia Maria Zaluar; “O ‘Simitério’ de Adão e Eva”, de Jakim Volanuk (documentado no filme de mesmo nome pelo cineasta Carlos Augusto Calil, com texto de Zulmira Ribeiro Tavares); “A Vila Itororó”, apresentada pelo professor Gilberto Sarkis Yunes e “A Casa Egípcia”, pela arquiteta Maria Regina Cestari.Como marco referencial, a arquiteta e professora Nara H. N. Machado apresentou a conferência sobre o “Palácio Ideal” de Ferdinand Cheval. Foram acrescentados artigos redigidos especialmente para o livro, como “O maravilhoso”, escrito pelo professor Sergio Lima, que também desenvolveu o curso sobre “A criação da Imagem”.A meu cargo ficou a apresentação do ensaio “O fantástico na arquitetura”".

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