quinta-feira, 10 de maio de 2007

OUTRO PROGRAMA VISUAL?

A ficção de Morris combinava o Romantismo de Sir Walter Scott (autor
de “Ivanhoé”, “Kenilworth” e “O Talismã”) com um pouco do horror
fantasmagórico de romancistas góticos como Horace Walpole. No entanto ele
inovou a partir do romance de fantasia heróica. Seu estilo refletia mistério e
encantamento em paisagens incríveis, estranhas e aventurescas, num mundo
ficcional fora do espaço e do tempo, não podendo ser encaixado na tradição
literária inglesa. Ao adotar a linguagem e o tom do medievo, Wiliam Morris também
assimilou o sobrenaturalismo e a magia desta época. Criava assim os alicerces
da literatura de fantasia medieval em pleno florescimento do movimento
denominado hoje Romantismo"
(...)

No século XIV podemos encontrar muitas tapeçarias e ilustrações em
pergaminhos
dedicados à decoração silvestre, afirmando o espaço informal do
mito. Assim como tais adereços, também as catedrais eram ornadas com
florações silvestres e formas orgânicas a partir do início do século XIV.
O espaço ilógico das florestas, das evasões cavalheirescas e das
aventuras amorosas invade as páginas dos livros iluminados. A liberdade da
invenção é ilimitada: nas florestas há dragões, gnomos e corças, numa rede
confusa e delirante. Magos, torres gigantescas e rochedos são representados
em iluminuras. Tapeçarias narram festas, batalhas e torneios. De acordo com
Duby, as festas revestem seus personagens, estes adornados de modo
fabuloso com as “vestes do irreal”. Assim, “a linguagem das artes da corte liga
sem dificuldade a imagem da atualidade às representações do sonho”

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