quinta-feira, 10 de maio de 2007

MANUSCRITOS

Para mim se tomarmos as Iluminuras e tapeçarias do século XIV, elas falam de um outro programa visual, diferente daquele programa de arcos, colunas, corredores, muros, pontes, paredes, studiolo, armário de maravilhas, etc, de que falamos na aula. Essas iluminuras trazem Ilustrações de temas silvestres (como as florestas em meio a torres e rochas) e orgânicos (animais fantásticos como corças, dragões, gnomos), entre aventuras amorosas cavalheirescas; já as tapeçarias são ilustradas com festas, batalhas e torneios.
No campo da literatura, na entrada do romantismo me parece que William Morris segue essa linguagem medieval, absorvendo esses elementos do sobrenatural, e soma-os com um caráter heróico de seus personagens. Bom, foi nisso que eu cheguei, quando você pediu que pensássemos num outro programa visual ...
Vimos que essa genealogia de legitimação de uma história oficial, que passa por um programa (clássico/renascentista) de arcos, etc., desembocou por um lado nos museus de história natural e por outro nos museus de história social, ambos como documentos. Nesse sentido, vou especular aqui que se é possível relacionar uma genealogia a essas iluminuras orgânico-silvestres, a que estou chamando (especulativamente aqui) de um outro programa, qual seria sua origem e destino? É só uma tentativa de ver a questão ... pode ser que eu ainda não tenha entendido exatamente o que você está chamando de programa visual, a ponto de eu não conseguir, com clareza, distingui-lo de outro ... mas, enfim, essa é apenas uma primeira tacada ...

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