segunda-feira, 14 de maio de 2007

tour bh











Iluminuras
Artur Rimbaud
DEPOIS DO DILÚVIO
Assim que a idéia do Dilúvio sossegou,
Uma lebre se deteve entre trevos e campânulas cambiantes, e fez sua prece ao
arco-íris, através da teia de aranha.
Oh! as pedras preciosas que se escondiam, — e as flores que já olhavam.
Na grande rua suja açougues se abriram, e barcos foram lançados nos degraus
do mar lá no alto como nas gravuras.
O sangue correu, no Barba-Azul, — nos matadouros, — nos circos, onde o
selo de Deus empalidecia as janelas. O sangue e o leite correram.
Castores construíram. “Mazagrans” enfumaçaram os botecos.
Na imensa mansão de vidros ainda gotejantes, meninos de luto admiram
imagens maravilhosas.















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